“Deus guia os humildes no caminho certo”
2 de dezembro de 2018Mateus 7,21.24-27
6 de dezembro de 2018Leitura: Lucas 10, 21-24
Naquele momento, pelo poder do Espírito Santo, Jesus ficou muito alegre e disse:
— Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos. Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso.
— O meu Pai me deu todas as coisas. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e também aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é.
Então Jesus virou-se para os discípulos e disse só para eles:
— Felizes são as pessoas que podem ver o que vocês estão vendo! Eu afirmo a vocês que muitos profetas e reis gostariam de ter visto o que vocês estão vendo, mas não puderam; e gostariam de ter ouvido o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram.
Oração:
Jesus está falando com alegria. Diante dos seus discípulos, daqueles que o seguem, afirma: “Vocês são felizes, pois estão vendo o que muitos profetas e reis quiseram ver e não viram… vocês estão ouvindo o que muitos profetas quiseram ouvir e não ouviram!”
Em oração, olho para o Jesus alegre e pergunto: o que eu, seu(sua) seguidor(a), posso ver como não puderam os profetas que o antecederam? O que eu, seu(sua) seguidor(a), posso ouvir como não puderam os reis que o antecederam?
Na oração, algumas imagens vêm. Jesus é um menino, um bebê nos braços de Maria, sua mãe. Estão fora da hospedaria. Deus nasceu à margem, pobre. Os pastores vêm prestar-lhe homenagem; os anjos indicaram-lhes o caminho. Mais adiante, a criança está de novo nos braços de seus pais, a caminho do Egito. Deus foi criança perseguida, refugiada, imigrante. Adiante, Jesus está peregrinando, seguido de multidão. Ao ver tantas pessoas, não se conforma em falar do alto… faz multiplicar pães e peixes, a partilha que sacia, com sobra, a fome da hora, pois o Reino não é para depois da vida… o Reino começa aqui, pois o Reino se encarnou. Mais adiante, Jesus está expulsando do templo os mercadores, a não deixar dúvidas: o Pai não deseja outra oferta senão a do coração e a da vida, pois quer com o ser humano relação de amizade e não de barganha. Adiante, Jesus está na cruz. Deus morre sangrando, nu, depois da tortura, fora da cidade, expulso da comunidade dos homens. Isso vemos quando somos seus seguidores e suas seguidoras… vemos a pequenez e o amor de que Deus é capaz.
Na oração, algumas falas de Jesus interpelam. À pecadora, diz: “Eu também não condeno você. Vá em paz”. Aos amigos tão trabalhadores e frustrados, sugere: “Lancem a rede do outro lado!” À mulher cananeia, tece elogio: “Sua fé é grande! Seja feito conforme você deseja!” Ao amigo morto e sepultado, ordena: “Lázaro, saia para fora!” Mesmo na dor da cruz, intercede: “Perdoe esses homens, Pai!” Diante da morte, confia: “Entrego-Lhe meu espírito”. Isso ouvimos quando somos seus seguidores e suas seguidoras… ouvimos que Deus não condena, que Ele abençoa o trabalho, valoriza a fé, chama à vida, perdoa o que parece imperdoável, ama até morrer.
Olhando para essas e tantas outras cenas, ouvindo essas e tantas outras palavras do Filho, agradeçamos ao Pai a alegria de vermos e ouvirmos o que profetas e reis antes de nós quiseram mas não puderam ver e ouvir. Ao agradecimento de Jesus unamos o nosso, repetindo com ele: “Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos.” Agradeçamos ao Pai nossa pequenez, que nos permite olhar a vida com fé e esperança e que nos dá força para amar e perdoar.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte