O semeador (MT 13, 1 – 9)
20 de julho de 2016Mulher, por que choras? A quem procuras?
22 de julho de 2016“Então os discípulos chegaram perto de Jesus e perguntaram:
— Por que é que o senhor usa parábolas para falar com essas pessoas?
Jesus respondeu:
— A vocês Deus mostra os segredos do Reino do Céu, mas, a elas, não. Pois quem tem receberá mais, para que tenha mais ainda. Mas quem não tem, até o pouco que tem lhe será tirado. É por isso que eu uso parábolas para falar com essas pessoas. Porque elas olham e não enxergam; escutam e não ouvem, nem entendem. E assim acontece com essas pessoas o que disse o profeta Isaías:
“Vocês ouvirão, mas não entenderão;
olharão, mas não enxergarão nada.
Pois a mente deste povo está fechada:
Eles taparam os ouvidos
e fecharam os olhos.
Se eles não tivessem feito isso,
os seus olhos poderiam ver,
e os seus ouvidos poderiam ouvir;
a sua mente poderia entender,
e eles voltariam para mim,
e eu os curaria! — disse Deus.”
Jesus continuou, dizendo:
— Mas vocês, como são felizes! Pois os seus olhos veem, e os seus ouvidos ouvem. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: muitos profetas e muitas outras pessoas do povo de Deus gostariam de ver o que vocês estão vendo, mas não puderam; e gostariam de ouvir o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram.”
Este trecho do Evangelho de Mateus encontra-se no capítulo 13, em meio às parábolas do Reino contadas por Jesus. Nele, os discípulos perguntam a Jesus o porquê das parábolas contadas ao povo. A resposta á surpreendente, revelando a intimidade e profundidade da relação oferecida por ele aos discípulos. “A vocês Deus mostra os segredos do Reino do Céu, mas, a elas, não.”
As parábolas são simbólicas. Originalmente, o símbolo era uma peça de barro usada nos contratos comerciais. Quebrava-se ao meio e cada contratante ficava com uma parte, que significava o seu compromisso em honrar o contrato. Assim, o material expressava um valor mais profundo, como a verdade e a honestidade. As realidades humanas mais profundas só podem ser expressas por meio de símbolos. Jesus usa as parábolas, histórias e imagens concretas, da realidade do povo, acessíveis aos ouvintes, para expressar o chamado. Era a maneira mais direta de tocar seu coração.
No entanto, alguns se mantinham fechadas. Tinham acesso à compreensão daquela imagem tão concreta trazida por Jesus, mas faziam-se de desentendidos para não assumir o compromisso carregado pelo símbolo. Por que alguns não entendiam? “Pois a mente deste povo está fechada: eles tamparam os ouvidos e fecharam os olhos.”
Os discípulos saíram do meio do povo. Ouviram as mesmas parábolas, tiveram contato com o mesmo símbolo oferecido por Jesus. Mas, a este contato, aderiram ao Senhor. Aconteceu com eles o contrário do restante da passagem que Jesus cita: “Sua mente não estava fechada. Seus olhos puderam ver, seus ouvidos puderam ouvir, sua mente pôde entender, eles se voltaram ao Senhor, que os curou”. E esta experiência com Jesus fez deles os “com Jesus”, os que o seguiam de perto, estavam na casa com Ele, e por isso recebiam o ensinamento – os segredos – para entrarem ainda mais fundo no conhecimento do Senhor e serem enviados por Ele aos demais, tornarem-se apóstolos que também anunciariam na realidade do povo.
Em primeiro lugar é graça; depois, adesão. Hoje, perceber que estamos aqui, diante de Jesus, conhecendo-O por Sua Palavra, e agradecer o dom desta intimidade. “Vocês, como são felizes! Pois os seus olhos veem, e os seus ouvidos ouvem” o que muitos gostariam, mas não viram nem ouviram.
Agradecendo a Ele, peçamos que nos ajude a dar o nosso “sim” a ser discípulos, seguidores e enviados.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner