Lepras de nosso tempo
26 de junho de 201513º Domingo do Tempo Comum – Ano B
28 de junho de 2015Leitura: Mateus 8,5-17
Naquele tempo, quando Jesus entrou em Cafarnaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: “Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”. Jesus respondeu: “Vou curá-lo”. O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. Pois eu também sou subordinado e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: ‘Vai!’, e ele vai; e a outro: ‘Vem!’, e ele vem; e digo a meu escravo: ‘Faze isto!’, e ele faz”. Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: “Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó, enquanto os herdeiros do Reino serão jogados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes”. Então, Jesus disse ao oficial: “Vai! e seja feito como tu creste”. E, naquela mesma hora, o empregado ficou curado. Entrando Jesus na casa de Pedro, viu a sogra dele deitada e com febre. Tocou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela se levantou, e pôs-se a servi-lo. Quando caiu a tarde, levaram a Jesus muitas pessoas possuídas pelo demônio. Ele expulsou os espíritos, com sua palavra, e curou todos os doentes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: “Ele tomou as nossas dores e carregou as nossas enfermidades”.
Oração: Fé maior
Jesus se comove com nossas dores e sofrimentos. Compassivo e misericordioso, reconhece e valoriza a fé daquele que crê, apesar de sentir-se indigno de deixá-lo penetrar a própria morada. A palavra de Deus é condição suficiente para que a salvação se estabeleça entre os homens. É palavra que cura, que alivia e conforta. Palavra que ensina, ilumina e conduz. Palavra que não faz qualquer distinção, admitindo que todos temos nossas fraquezas, e que dá a oportunidade de recomeço diante da fé naquele que nos vem redimir.
O oficial romano fez Jesus admirar-se pela maior fé encontrada em Israel. Reparemos que já no primeiro momento de súplica, Jesus respondeu-lhe afirmativamente: Vou curá-lo. Não era necessário mais nada. A fé do homem estava ali, demonstrada na procura por Jesus, motivada pelo sofrimento terrível do empregado. Mas o oficial tinha maior fé a oferecer, dizendo a Jesus que necessitava apenas de uma palavra para que a cura se cumprisse. Fé maior não havia naquele povo.
Outro detalhe importante, que nos ajuda a rezar hoje, é observarmos que o oficial romano pediu algo para outra pessoa, seu empregado. Aquela fé era a maior porque dispensava o egoísmo e comungava com a caridade. Uma fé que partiu da comoção pelo sofrimento alheio e gerou movimento, no sentido de fazer algo pelo outro, ainda que o que se podia fazer era rezar pelo conforto do outro.
Pensemos hoje naqueles que precisam de nossa fé e oração. Rezemos por eles e façamos de nossa fé maior a cada dia, por acreditar na palavra salvadora e na prece que caminha próxima à caridade.
Marcelo Camargos. Acadêmico de medicina na UFMG. Família Missionária Verbum Dei.