Jesus anda em cima da água (MT 14, 22 – 36)
2 de agosto de 2016Seguindo o Messias (Mateus 16,13-23)
4 de agosto de 2016Jesus saiu dali e foi para a região que fica perto das cidades de Tiro e de Sidom. Certa mulher cananeia, que morava naquela terra, chegou perto dele e gritou:
— Senhor, Filho de Davi, tenha pena de mim! A minha filha está horrivelmente dominada por um demônio!
Mas Jesus não respondeu nada. Então os discípulos chegaram perto dele e disseram:
— Mande essa mulher embora, pois ela está vindo atrás de nós, fazendo muito barulho!
Jesus respondeu:
— Eu fui mandado somente para as ovelhas perdidas do povo de Israel.
Então ela veio, ajoelhou-se aos pés dele e disse:
— Senhor, me ajude!
Jesus disse:
— Não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo para os cachorros.
— Sim, senhor, — respondeu a mulher — mas até mesmo os cachorrinhos comem as migalhas que caem debaixo da mesa dos seus donos.
— Mulher, você tem muita fé! — disse Jesus. — Que seja feito o que você quer!
E naquele momento a filha dela ficou curada.
Espírito Santo, coloco-me em sua presença na esperança de receber os dons que possam guiar-me na oração. Venha em meu auxílio!
Jesus, esta cena de sua vida terrena sempre me causa grande impacto, pois ela me faz reconhecer, de uma forma mais perceptível, a sua humanidade. Se no trecho do evangelho de ontem contemplamos você caminhando sobre as águas, depois de ter multiplicado cinco pães e dois peixes para alimentar cinco mil homens, dando-nos sinais visíveis de seu poder divino, hoje contemplamos sua humanidade, vemos um ser que está aprendendo e se formando.
O curioso, Senhor, é que em tudo somos presenteados com a sua vida e nos alimentamos da experiência que sua palavra nos fornece. A mulher cananeia já estava demonstrando fé, senão não estaria seguindo você e gritando por ajuda com tanta insistência. Por que, então, somente mais tarde, após negar ajuda a ela, o Senhor reconhece sua grande fé? O que devemos aprender?
Primeiramente, observo diferença de seu comportamento em relação ao de seus discípulos. Em todos os dois casos percebo que há uma recusa em atender aos pedidos da mulher, porém, no caso dos discípulos, há uma recusa que se fecha, e, no seu caso, Senhor, uma recusa que se mantém aberta. Os discípulos querem despachar a mulher, ficar livre do problema, enquanto o Senhor faz o caminho do diálogo, única possibilidade de mudança, de aprendizado e de crescimento. Assim, aprendo hoje que, por mais certo que eu esteja em relação ao que devo fazer, ainda é necessário ouvir de coração aberto e com disponibilidade para rever meus conceitos.
Depois, Senhor, busco compreender a razão de sua súbita mudança, pois, à primeira vista, pareceu-me que a humildade da viúva lhe havia tocado, mas o que tocou você foi a grande fé que ela tinha.
Ora, ela já vinha demonstrando fé, pois insistia no pedido e até ajoelhou-se, crendo que o Senhor poderia ajudá-la, mas ao demonstrar sua compreensão de que a graça de Deus é abundante e que apenas uma pequena porção dela já seria o suficiente para si, provocou sua mudança de atitude decisiva. A confiança daquela mulher na graça de Deus fez com que ela não fosse hostil em nenhuma situação: compreende que é necessário repartir e admite até que outros possam ficar com mais, segundo o desejo do Senhor. Sua confiança em Deus a leva a perseverar até o fim e, entendo, que a perseverança é essencial e foi o fator determinante para tudo acontecer. Assim posso, inclusive, compreender melhor quando o Senhor nos ensina a pedir com insistência (Lc 11, 5-13).
Espírito Santo, ajuda-me a manter meu coração e meu espírito abertos às novidades, que eles sejam mansos e humildes para escutar atentamente a todos, principalmente aos que me solicitam ajuda, e que minha fé seja sempre viva e perseverante. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte