Alegria de ser encontrado! (Lucas 15,1-10)
6 de novembro de 2014Sou quem pareço ser? (Lucas 16, 9-15)
8 de novembro de 2014“Jesus dizia aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por estar esbanjando os bens dele. Então o chamou, e lhe disse: ‘O que é isso que ouço contar de você? Preste contas da sua administração, porque você não pode mais ser o meu administrador’.
Então o administrador começou a refletir: ‘O senhor vai tirar de mim a administração. E o que vou fazer? para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. Ah! Já sei o que vou fazer para que, quando me afastarem da administração tenha quem me receba na própria casa’.
E começou a chamar um por um os que estavam devendo ao seu senhor. Perguntou ao primeiro: ‘Quanto é que você deve ao patrão?’ Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pegue a sua conta, sente-se depressa, e escreva cinqüenta’. Depois perguntou a outro: ‘E você, quanto está devendo?’ Ele respondeu: ‘Cem sacas de trigo’. O administrador disse: ‘Pegue a sua conta, e escreva oitenta’.
E o Senhor elogiou o administrador desonesto, porque este agiu com esperteza. De fato, os que pertencem a este mundo são mais espertos, com a sua gente, do que aqueles que pertencem à luz.”
Este Evangelho a princípio pode nos escandalizar. Como assim, o Senhor elogia o administrador desonesto? Precisamos, no entanto, ouvir bem o que Ele está nos dizendo. “Os que pertencem a este mundo são mais espertos, com a sua gente, do que aqueles que pertencem à luz.” Não é a desonestidade o que o Senhor está elogiando, mas a esperteza. Se observamos nosso mundo, o que mais vemos é a esperteza, a astúcia para se obter os resultados que se deseja. E os cristãos, para “obter resultados” para o Reino? Quantas vezes a falta de jeito, de sagacidade manda lembrança! Somos atrapalhados e não conseguimos ir além da meia dúzia que já caminha conosco. E às vezes escorregamos em coisas tão pequenas, como a escolhas das palavras, de um tema de conversa, a atenção nos detalhes, o olhar no que realmente importa no lugar das “picuinhas”…
Há traduções em que, no lugar da palavra “espertos”, aparece “habilidosos”. Um sentido mais profundo da palavra “responsabilidade” é justamente habilidade responsorial, resposta hábil ao Rosto do outro. A gente costuma ser cumpridor de dever. Quantas vezes ouvimos, e talvez até falamos: “Eu cumpro meu dever de cristão.” E isso atrai quem?
E se vivêssemos de fato a responsabilidade do chamado como habilidade responsorial? Não iríamos assim aprender a criar oportunidades de transformação? Questionar-nos em nossa oração: Que diferenças vejo entre buscar a resposta hábil ao Rosto do outro e fazer o que tenho que fazer?
Muitas vezes dizemos: “Eu fiz a minha parte!” Mas, nestas horas, podíamos fazer um balanço mais profundo: Que eficácia e que eficiência tiveram minhas ações? Qual foi o resultado? Olhando para o resultado, avaliar o caminho: tive habilidade e esperteza na construção do Reino?
Observar as atitudes deste administrador e, em diálogo com Jesus, buscar aprender o que Ele está ressaltando aí. O que devo aprender, Senhor, deste exemplo “pouco ortodoxo” que Você nos oferece neste Evangelho?
Pedir ao Espírito muita abertura e discernimento, para aprender no concreto de nossas vidas a habilidade responsorial que o Senhor nos convida a viver.
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner.