Fala, Senhor, que teu servo escuta (Marcos 1, 29-39)
13 de janeiro de 2016Pena ou compaixão? (Marcos 1, 40-45)
14 de janeiro de 2016Logo depois, Jesus, Simão, André, Tiago e João saíram da sinagoga e foram até a casa de Simão e de André. A sogra de Simão estava de cama, com febre. Assim que Jesus chegou, contaram a ele que ela estava doente. Ele chegou perto dela, segurou a mão dela e ajudou-a a se levantar. A febre saiu da mulher, e ela começou a cuidar deles.
À tarde, depois do pôr do sol, levaram até Jesus todos os doentes e as pessoas que estavam dominadas por demônios. Todo o povo da cidade se reuniu em frente da casa. Jesus curou muitas pessoas de todo tipo de doenças e expulsou muitos demônios. Ele não deixava que os demônios falassem, pois eles sabiam quem Jesus era.
De manhã bem cedo, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou, saiu da cidade, foi para um lugar deserto e ficou ali orando. Simão e os seus companheiros procuraram Jesus por toda parte. Quando o encontraram, disseram:
— Todos estão procurando o senhor.
Jesus respondeu:
— Vamos aos povoados que ficam perto daqui, para que eu possa anunciar o evangelho ali também, pois foi para isso que eu vim.
Jesus andava por toda a Galileia, anunciando o evangelho nas sinagogas e expulsando demônios.
Na oração de hoje, vamos pedir ao Senhor a graça de não deixar cair por terra nenhuma de suas palavras. Assim fazia o jovem Samuel, como mostra a primeira leitura (1 Sm 3, 1-10.19-20). Podemos iniciar fazendo nossas as suas palavras: “Fala, Senhor, que teu servo (tua serva) escuta!”
É o Senhor quem toma a iniciativa de proximidade e intimidade conosco. Ele pôs-se junto a Samuel e assim o chamou. Jesus chega perto da sogra de Pedro e segura a sua mão. Busca a nossa companhia na oração.
“Ele chegou perto dela, segurou a mão dela e ajudou-a a se levantar.” “A mão do Senhor fez prodígios, a mão do Senhor me levantou”, já rezava o salmista. Recordar nossas experiências de ser levantados e sustentados pelo Senhor. É uma experiência de ressurreição. Os evangelistas, para dizer que Jesus foi ressuscitado, utilizam um verbo que significa “foi levantado”. Como age a pessoa que é levantada pelo Senhor? “Não morrerei, mas ao contrário viverei, para cantar os grandes feitos do Senhor”, afirma o salmista. A sogra de Pedro “começou a cuidar deles.” Entra na mesma vivência de Jesus, o Crucificado Ressuscitado, Aquele que serve, que cuida e que cura.
Contemplar tantas pessoas que O buscam, sedentas por Sua ação, e como ele age para com elas. “Jesus curou muitas pessoas de todo tipo de doenças e expulsou muitos demônios.” Senhor, quem eu encontro sedento de mais vida pelo caminho? Como ser Seu instrumento na vida delas?
Em Jesus o Pai se manifestava, porque ele buscava constantemente a união com Ele e o discernimento da Sua vontade. “De manhã bem cedo, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou, saiu da cidade, foi para um lugar deserto e ficou ali orando.” Jesus estava fazendo o bem na vida de tantas pessoas! Podia parecer óbvio que o que devia fazer era continuar ali. Mas ele não agia pelo óbvio. A clareza que ele buscava vinha da oração e de oferecer a Sua vida constantemente para o Pai, num abandono filial, numa docilidade ao Espírito. “Fala, que teu servo escuta”.
Por isso, da oração vinham mudanças inesperadas. Os discípulos o procuraram para continuar fazendo o mesmo, e Ele já apontou um novo caminho. “Vamos aos povoados que ficam perto daqui, para que eu possa anunciar o evangelho ali também, pois foi para isso que eu vim.” E eu, para o que vim? Como obedeço ao Pai no dia de hoje, que é diferente do ontem e do amanhã? Me deixo levar pelo dinamismo do Espírito, para ficar ou para partir, como Jesus, sempre em busca da vontade do Pai, do que gera mais vida segundo Ele?
Peçamos a Maria, mulher do Espírito, que nos ensine a sua escuta e nos empreste o seu “sim”, para que ao dizer “Fala, Senhor, que teu servo escuta”, essa escuta seja de fato obediência ao Amor.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner.