No salmo do dia (Sl 19), resposta à 1ª leitura que apresenta os Dez Mandamentos (Ex 20,1-17), o salmista canta a Lei do Senhor como um “descanso para a alma” e “alegria do coração”. Esta é a experiência de quem não fica na norma pela norma, mas penetra o sentido da Instrução que o Senhor dá. A abertura da passagem de Êxodo – “Eu sou Javé seu Deus, que fiz você sair da terra do Egito, da casa da escravidão” traz este sentido: a relação com Alguém que nos libertou e nos quer livres. E vai nos ensinar e ajudar a sê-lo.

Obediência vem de ob-audire, que significa “escutar”. O contrário disso é o absurdo – estar completamente surdos. De fato, seguir os ensinamentos do Senhor é uma escolha e como tal supõe limites – escolhemos uma parte e não outra. Mas seria este limite algo que nos impede ser ou seria o contorno que nos faz humanos?

O Evangelho faz-nos olhar para o terreno da nossa vida, no qual cai a semente da Palavra. Na escuta/obediência entramos numa relação profunda com o Deus Libertador, que nos leva a acolhê-lo seja diante de uma dificuldade, do agito do dia a dia ou de outras propostas aparentemente mais fáceis, atraentes ou prazerosas. E assim dar muitos frutos na vida.

Que compreensão tenho de obediência e qual o Senhor me convida a ter?

Como lido com os limites?

Como acolho a Instrução do Senhor na minha vida?

Peçamos a Ele que semeie em nós o desejo que tem ao nos ensinar, expresso no sentido de obediência que a parábola do Semeador nos traz: “Aquele que ouve a Palavra e a compreende com certeza produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta por um.”

Tania Pulier – Comunicadora Social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei – FamVD