Jesus continuou:

— Havia um homem rico que vestia roupas muito caras e todos os dias dava uma grande festa. Havia também um homem pobre, chamado Lázaro, que tinha o corpo coberto de feridas, e que costumavam largar perto da casa do rico. Lázaro ficava ali, procurando matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do homem rico. E até os cachorros vinham lamber as suas feridas. O pobre morreu e foi levado pelos anjos para junto de Abraão, na festa do céu. O rico também morreu e foi sepultado. Ele sofria muito no mundo dos mortos. Quando olhou, viu lá longe Abraão e Lázaro ao lado dele. Então gritou: “Pai Abraão, tenha pena de mim! Mande que Lázaro molhe o dedo na água e venha refrescar a minha língua porque estou sofrendo muito neste fogo!”

— Mas Abraão respondeu: “Meu filho, lembre-se que você recebeu na sua vida todas as coisas boas, porém Lázaro só recebeu o que era mau. E agora ele está feliz aqui, enquanto você está sofrendo. Além disso, há um grande abismo entre nós, de modo que os que querem atravessar daqui até vocês não podem, como também os daí não podem passar para cá.”

— O rico disse: “Nesse caso, Pai Abraão, peço que mande Lázaro até a casa do meu pai porque eu tenho cinco irmãos. Deixe que ele vá e os avise para que assim não venham para este lugar de sofrimento.”

— Mas Abraão respondeu: “Os seus irmãos têm a Lei de Moisés e os livros dos Profetas para os avisar. Que eles os escutem!”

— “Só isso não basta, Pai Abraão!”, respondeu o rico. “Porém, se alguém ressuscitar e for falar com eles, aí eles se arrependerão dos seus pecados.”

— Mas Abraão respondeu: “Se eles não escutarem Moisés nem os profetas, não crerão, mesmo que alguém ressuscite.”

Oração:

Querida trindade: amor, amado e amante, como dizia Santo Agostinho, quero agradecer por esse momento de encontro e diálogo vocês. Agradecer porque me concedem essa grande graça. Coloco-me de coração aberto para escutar o que querem me dizer hoje. Espirito Santo, conduza-me por seus caminhos, quero me abandonar em ti.

Na parábola Jesus tenta explicar aos fariseus que o que temos e o que fazemos com nossos pertences tem muita importância, e pode refletir diretamente na vida de outras pessoas. O homem rico, tinha suas festas, suas amizades e não foi capaz de se compadecer pelo seu próximo, Lázaro. Talvez esse homem não tivesse tomado a consciência que tudo o que ele tinha lhe havia sido dado por Deus. Possivelmente estava mergulhado em seu próprio ego e egoísmo e interesses pessoais. Ele mesmo criou um grande abismo entre ele e Lázaro, de tal forma que não o via, não sentia compaixão, não o amava.

Podemos refletir um pouco sobre nossa vida nesse momento. O que tenho feito com os dons que o Pai me confiou? Os tenho colocado a serviço dos meu próximos, da minha comunidade?

Outro ponto importante: Como eu tenho olhado as pessoas que passam por mim, pela minha vida, tenho sido capaz de enxerga-las com amor? Tenho sido capaz de compreender que elas são como eu, muito preciosas para Deus, por isso dignas de muito amor, carinho e respeito e que devo ama-lo através deles?

Peçamos ao Espirito Santo que encha nossos corações de amor, de misericórdia, de desejo de servir. Peçamos também que remova toda indiferença, insensibilidade e egoísmo que nos consome, para que possamos estar livres para amar, amar e amar…

As vezes nós nos sentimos também como Lázaro se sentia nessa parábola, menosprezado, humilhados, indiferentes. Mas que nesse momento possamos lembrar das palavras de Maria que exclamava no Magnificat. “… Que olhou para humildade de sua serva …”, “…Derrubou os poderosos e exaltou os humildes”, “Encheu de bens os famintos e mandou embora os ricos, de mãos vazias.” (Lc 1, 48. 5 e 53)

Maria mãezinha querida, ensina-me a confiar em Deus, mesmos nos momento que eu me sentir como Lázaro, desprezado, fraco e oprimido. E quando eu me sentir como o homem rico, me ajude a colocar os pés no chão e as mãos a serviço dos que necessitam. E por fim sempre poder expressar com alegria e confiança as grandezas do Senhor!

Amém!

Willian M. da Fonseca – Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte.