Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos…
10 de setembro de 2022“Nem mesmo me achei digno de ir ao teu encontro”
12 de setembro de 202211 de setembro de 2022 – 24º Domingo do Tempo Comum
Lc 15, 1-32 – “Eu trabalho para ti há tantos anos”
- Leitura: O que o texto diz?
O evangelista Lucas nos apresenta as parábolas da misericórdia numa sequência e a Liturgia quis valorizar as três num mesmo dia, alongando a proclamação do evangelho com o objetivo de frisar a mesma dinâmica de Deus que se alegra com o encontro daquilo que estava perdido: a ovelha que é recuperada ao rebanho daquele homem; a moeda que é reencontrada na casa daquela mulher; e o filho que retoma seu lugar na casa de seu pai. Todos os eventos foram motivo de festa.
Mas o que Jesus quer ensinar com essas parábolas?
- Meditação: O que o texto me diz?
Em primeiro lugar Jesus está direcionando estas parábolas a um grupo bem específico: aos fariseus e mestres da Lei. Estes homens estavam criticando Jesus pelo que Ele fazia ao estar sempre na presença dos publicanos e pecadores que paravam para escutar o que Ele queria lhes dizer. Os fariseus eram um grupo de homens que observavam a Lei, dada por Moisés, de modo muito estrito e quase perfeito, mas o problema é que eles se achavam melhores por servir a Deus do modo como a Lei orientava, chegando ao desprezo daqueles que não conseguiam cumprir todos os mandamentos. Os Mestres da Lei eram aqueles que ensinavam nas sinagogas o modo como realizar os mandamentos e também acabavam por se acharem superiores por conta de seu grande encargo moral e religioso diante da comunidade. Estes dois grupos não estavam errados no modo de agir e pensar, já que queriam servir e agradar a Deus segundo a doutrina judaica e a Sagrada Escrituras e eles não entendiam a qualidade com a qual Jesus queria que vivessem tudo isso.
Ao olharem para Jesus que, certamente, cumpria os mandamentos como todo o povo e ensinava também a como vivê-los, mas que gostava de andar com os pecadores, aqueles que não viviam conforme a Lei, que estavam provavelmente em situações de pecado, começaram a criticar a Jesus. Os publicanos eram um grupo de judeus que trabalhavam para o Império Romano e seu ofício era cobrar impostos da população. Eram mal vistos pelos judeus porque eram como traidores de seu próprio povo, por extorquirem, “conforme a lei”, a população. Se fosse possível transferir para o mundo de hoje, seriam os servidores públicos que precisam garantir que o sistema funcione.
Os fariseus e mestres da Lei são como o filho mais velho, que por achar que fazem tudo certo e vivem aos arredores do templo, são melhores que os outros.
E nós que rezamos diariamente, participamos da Eucaristia semanalmente, devolvemos nosso dízimo, lemos a Sagrada Escritura, vivemos de um modo moralmente correto, confessamos com frequência, ajudamos na comunidade… Nós que fazemos tudo por amor a Deus a Igreja: será que às vezes não pensamos como o filho mais velho?
- Oração: O que o texto me faz dizer a Deus?
Pai misericordioso que acolhes os filhos em Vossa casa, mesmo que tenham pecado contra Ti: olhai hoje pelos irmãos e por mim. Pelas vezes que me fiz soberbo por me achar mais digno: tende piedade de mim. Pelas vezes que agi com preconceito para com aqueles que não pensam como eu: tende piedade de mim. Pelas vezes que senti inveja de alguém que recebeu uma graça que a mim não foi concedida: tende piedade de mim. (reze aquilo que deseja o seu coração)
- Contemplação: O que Deus, através do texto, faz em mim?
Jesus faz experimentar a misericórdia. A misericórdia que Ele teve por cada pessoa, mas também a misericórdia que eu posso vivenciar com os irmãos. Nasce uma alegria no coração quando vejo uma pessoa que levava uma vida errada entrando numa igreja para adorar a Deus. Sinto a ação milagrosa do amor de Deus quando vejo uma pessoa sendo batizada. Sorrio quando olho um jovem dobrar o joelho e, mesmo sem saber bem como fazer o sinal da Cruz, ele se entrega a oração diante do Altar. Quando dois amigos que se desentendem voltam a se reunir num abraço. Quando um casal em crise na sua convivência de novo se beija apaixonado. Quando um filho abraça seus pais ao voltar pra casa. Esses sinais pequenos do dia a dia são sinais da misericórdia que se espalham sobre a terra.
- Ação: O que o texto me impulsiona a fazer?
A ação de hoje será perceber em si mesmo: como me percebo ao ver um gesto de misericórdia?
Que você cresça espiritualmente!
Antonio C. dos Santos Jr. – Seminarista diocesano da etapa da Configuração e membro da Equipe Diocesana da Animação Bíblico-Catequética da Diocese de Ponta Grossa-PR.