Termômetro do caminho (Jo 15, 18-21)
24 de maio de 2014Vocês darão testemunho de mim (Jo 15, 26-16,4a)
26 de maio de 2014PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Ó Espírito Santo Paráclito,
aperfeiçoa em nós a obra começada por Jesus,
torna forte e contínua a oração que fazemos em nome do mundo inteiro.
Apressa para cada um de nós os tempos de uma vida interior profunda.
Dá entusiasmo ao nosso apostolado, que deseja atingir todos os homens e todos os povos, todos redimidos pelo sangue de Cristo e todos herança sua.
Mortifica em nós a natural presunção e leva-nos para as regiões da santa humildade, do verdadeiro temor de Deus e da coragem generosa.
São João XXIII
TEXTO BÍBLICO: Jo 14.15-21
Jesus promete o Espírito Santo
15Jesus continuou:
— Se vocês me amam, obedeçam aos meus mandamentos. 16Eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Auxiliador, o Espírito da verdade, para ficar com vocês para sempre. 17O mundo não pode receber esse Espírito porque não o pode ver, nem conhecer. Mas vocês o conhecem porque ele está com vocês e viverá em vocês.
18— Não vou deixá-los abandonados, mas voltarei para ficar com vocês. 19Daqui a pouco o mundo não me verá mais, mas vocês me verão. E, porque eu vivo, vocês também viverão. 20Quando chegar aquele dia, vocês ficarão sabendo que eu estou no meu Pai e que vocês estão em mim, assim como eu estou em vocês.
21— A pessoa que aceita e obedece aos meus mandamentos prova que me ama. E a pessoa que me ama será amada pelo meu Pai, e eu também a amarei e lhe mostrarei quem sou.
1. LEITURA
Que diz o texto?
María Cristina Ariztía Tagle
Diretora da Comissão Nacional ABP – Chile
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
O que o Senhor pede ao Pai para aqueles que o amam e obedecem a seus mandamentos? Por que os que são do mundo não podem receber o Espírito da verdade? Como se demonstra, de fato, que se ama a Jesus?
Algumas considerações para uma leitura proveitosa…
Ainda estamos no discurso de despedida de Jesus. Como vimos no domingo passado, Jesus comove-se perante a tristeza e a angústia dos discípulos e tenta prepará-los para enfrentar o momento de sua morte e continuar a missão que lhes foi confiada, dando testemunho do amor de Jesus no meio do mundo.
O texto de hoje está emoldurado pelo amor (cf. Jo 14.15,21): trata-se de um amor que deve traduzir-se em atos concretos. Quando Jesus fala de amor, não se refere à sensibilidade dos sentimentos e das recordações bonitas, mas à firme decisão de fazer o bem a todas as pessoas, sem levar em conta a condição, a raça ou a condição social delas. Foi a mesma coisa que Jesus fez ao longo de toda a sua vida, curando os paralíticos, devolvendo a vista aos cegos, acolhendo os pobres, partilhando a mesa com os pecadores, entregando sua vida a serviço dos que o seguiam e o buscavam.
Amar Jesus é pôr em prática seus mandamentos, ou seja, levar a sério seus ensinamentos, permanecer em sua Palavra (Jo 14.23) e viver de acordo com suas exigências. O amor a Jesus comprova-se definitivamente na escuta e na obediência a sua Palavra e no amor aos irmãos. Viver à maneira de Jesus não é fácil, Jesus o sabe; por isso, pede ao Pai que envie aos discípulos uma ajuda extraordinária. Trata-se do Espírito da verdade, que lhes ensinará tudo sobre Jesus e sobre o Pai, e também os ensinará a cumprir o mandato de Jesus, o mandamento do amor.
Os que são do mundo vivem preocupados consigo mesmos, com os afãs e prazeres que este mundo lhes oferece; por isso, não podem receber o Espírito nem tampouco poderão ver a Jesus, quando tiver ressuscitado. Jesus vai-se, mas não deixará órfãos os discípulos: o Pai derramará seu amor nos corações deles por meio do Espírito (cf. Rm 5.5), para que possam reconhecer-se como filhos de Deus e viver em comunhão com o Pai e com Jesus. De igual modo, logo que Jesus ressuscitar, o Espírito os ajudará a compreender a verdade definitiva sobre Jesus, sobre o Pai e sobre eles mesmos (cf. Jo 16.12), capacitando-os para amar-se uns aos outros como Jesus os amou nesta vida e para dar testemunho de seu amor no mundo.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
Na encíclica “Sobre o Espírito Santo na vida da Igreja e do mundo, são João Paulo II diz-nos:
“Quando já estava iminente para Jesus Cristo o tempo de deixar este mundo, ele anunciou aos Apóstolos ‘um outro Consolador’.… É precisamente a este Espírito da verdade que Jesus chama o Paráclito — e Parákletos quer dizer ‘consolador’, e também ‘intercessor’, ou ‘advogado’. E diz que é «um outro» Consolador, o segundo, porque ele mesmo, Jesus Cristo, é o primeiro Consolador, sendo o primeiro portador e doador da Boa Nova. O Espírito Santo vem depois dele a graças a ele, para continuar no mundo, mediante a Igreja, a obra da Boa Nova da salvação….
Entre o Espírito Santo e Cristo subsiste uma ligação íntima, em virtude da qual o Espírito da verdade opera na história do homem como ‘um outro Consolador’, assegurando de modo duradouro a transmissão e a irradiação da Boa Nova revelada por Jesus de Nazaré. Por isso, no Espírito Santo Paráclito, o qual continua incessantemente no mistério e na atividade da Igreja a presença histórica do Redentor sobre a terra e a sua obra salvífica…”[i]
Agora perguntemo-nos:
De que maneira estamos expressando nosso amor a Jesus? Que obstáculos encontramos em nossa vida para amar os demais como Jesus nos ensina? Quem é, para mim, o Espírito Santo? Como me relaciono com ele?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Jesus, divino prisioneiro do amor,
quando considero teu amor e como te aniquilaste por mim,
meus sentidos desfalecem.
Encobres tua majestade inconcebível e te humilhas, rebaixando-te a mim.
Ó Rei da Glória,
ainda que escondas tua beleza,
o olho de minha alma retira o véu.
Santa Faustina
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Senhor Jesus, não quero ser do mundo.
Concede-me a graça de permanecer em ti.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
A rezar por aquelas pessoas que me causaram alguma dor em meu coração e visitar uma família pobre da comunidade.
“Quando se ama, deseja-se falar constantemente com o amado,
ou pelo menos contemplá-lo incessantemente”
Charles de Foucauld
[i] http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_18051986_dominum-et-vivificantem_po.html