Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito!
7 de março de 2020Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso
9 de março de 20208 de março – Segundo Domingo da Quaresma:
Texto Bíblico: Mt 17,1-9 – “Este é o meu filho amado, no qual pus meu agrado. Escutai-o”
- Leitura: o que o texto diz?
O texto desse segundo domingo da quaresma narra a transfiguração de Jesus. Trata-se de um das principais cristofanias, ou seja, manifestações de Cristo, presentes nos Evangelhos. A narrativa apresenta Jesus que toma alguns de seus discípulos à parte para revelar-lhes algo importante: sua estreita relação com o Pai. O texto apresenta Jesus em diálogo com Moisés e Elias, portanto, no mesmo nível, como um grande profeta do Senhor. Porém, a relação de Jesus com esse Deus não é apenas de serviço, mas de filiação: “Este é o meu Filho amado”. Assim, a identidade profunda de Jesus é revelada aos seus discípulos mais íntimos, todavia o texto revela algo ainda mais intenso. A transfiguração é prefiguração da maior de todas as cristofanias: a Ressurreição. Já aqui revela-se, de certa forma, o autor do evangelho sinaliza aquilo que acontecerá com Jesus, o filho amado não ficará cativo na mansão dos mortos mas ressuscitará, transfigurará a morte é vida plena.
- Meditação: o que o texto me diz?
Depois de conhecer um pouco mais do texto de hoje, é momento de se perceber naquela cena. Observar os elementos mais significativos para você. Qual momento ou frase prende sua atenção? Mexe com o seu interior? Aquele momento foi tão intenso para Pedro que preferia continuar ali. Estava ele num lugar à parte, experimentando a intimidade do mestre, maravilhado com aquilo que Deus lhe concedera. E a você? Quais experiências Deus tem dado a você? Que intimidades tem revelado? A intensidade daquele momento se tornou tamanha que os discípulos ouviram uma voz da nuvem que comportava duas informações essenciais: quem é Jesus e o que devemos fazer. O apelo do Pai é que ouçamos a voz de seus filho. Como tem sido a sua escuta de Jesus? Fato é que, muitas vezes, o novo de Deus nos põe abaixo, desestrutura. Mais do que nunca, é tempo de espantar o medo, segurar na mão do mestre e seguir.
- Oração: o que o texto me faz dizer?
Permita que essa palavra ressoe no mais íntimo do seu ser. Quais reações ela deseja causar no seu interior. Perceber se é uma atitude de louvor, de súplica ou arrependimento? Após discernir, deixe que essa palavra se intensifique e se transforme em oração. Interpelado por essa palavra, o que você tem a dizer a Deus?
- Contemplação
Imagine-se, como os discípulos, em um lugar à parte com Jesus que quer revelar a você a intimidade dele. A contemplação é mergulhar cada vez mais nessa intimidade com o mestre. Silencie seu coração, suas inquietações, e deixe acontecer em você o apelo do Pai: Escute o Filho amado. Mais ainda, iluminado por essa palavra perceba-se também filho amado.
- Ação
O texto de hoje termina informando que Jesus e seus discípulos “desciam a montanha”. Significa que voltaram à sua realidade cotidiana. Não podemos ficar numa contemplação sem fim. Em algum momento precisaremos “descer”, voltar ao cotidiano. A última frase do evangelho é uma proibição para que não contem o que viram, pois é necessário que o Filho do Homem ressuscite para que tudo seja revelado. Isso porque após a Ressurreição será o tempo, por excelência, do anúncio do Evangelho. O tempo que a Igreja continua a missão do seu Senhor. Mais que nunca, esse compromisso se faz necessário. É o momento de contar aquilo que vimos do Senhor.
Pe. Márcio Santos, INJ
*Membro do Instituto Religioso Nova Jerusalém. Vigário da Paróquia São Paulo Apóstolo em Mossoró-RN, Brasil. Mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Leciona na Faculdade Católica do Rio Grande do Norte.