A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”. Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa.

Neste momento, quando nos aproximamos do Natal e do final do ano, somos levados a fazer uma avaliação da nossa caminhada: que rumos a nossa vida tomou, quais projetos conseguimos terminar, em que obtivemos sucesso, em que fracassamos? Ao mesmo tempo, refazemos nossas esperanças: novos tempos, novas possibilidades, novos projetos.

Com certeza, Maria e José tinham planos, projetos e sonhos pessoais, que não conhecemos, mas que foram alterados, radicalmente, para atender ao chamado de Deus a um projeto bem maior.

No evangelho segundo Lucas, o evangelista explora os questionamentos de Maria, quando visitada pelo anjo Gabriel. No trecho do evangelho de hoje, retirado da narração segundo Mateus, o evangelista explora os questionamentos de José.

A oração hoje me despertou para a difícil decisão de dizer “sim”, quando alguma coisa muito diferente altera os planos que havíamos feito.

O evangelista destaca uma qualidade muito importante de José: ele era justo.

Fico pensando tudo o que esse adjetivo diz sobre José.

Chama minha atenção o fato de que, para ser justo, é necessário refletir com profundidade antes de tomar decisões. José fez isso, pois o texto diz que, enquanto ele pensava em abandonar Maria em segredo, o anjo do Senhor apareceu- lhe em sonho.

Quantas vezes nos arrependemos por tomar decisões muito rapidamente, às vezes com a “cabeça quente”?

Penso que isso serve para fazermos um ato penitencial. No silêncio, diante do Senhor, trazer à memória todas as vezes que nos precipitamos e escolhemos caminhos que não eram corretos. Deixar que Ele retire de nós os sentimentos de culpa por causa dessas decisões equivocadas e, então, sentir que estamos prontos para um novo início. Descarregar-se das culpas e começar de novo é um desejo profundo do Senhor para nós, como expressado por Jesus à adúltera: “Eu também não a condeno. Pode ir, e não peque mais” (Jo 8, 11b)

José, contudo, mais que ter cuidado para não decidir com a “cabeça quente”, manteve seu coração aberto para ouvir o Senhor.

Como é importante saber ouvir! Não conseguiremos obedecer ao Senhor se não estivermos preparados para ouvir o que Ele tem a nos dizer, a nos pedir.

Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse…

José se retirou para refletir e, apesar da situação tão adversa, manteve-se atento ao que Deus tinha a dizer-lhe.

Assim como Maria, atenta à vontade de Deus, soube dizer sim e acolher em seu seio o Filho do Altíssimo, José, por sua vez, também atento à mesma vontade, soube dizer sim e participar da vida que o Deus encarnado iria viver.

Portanto, o convite para a oração de hoje é nos silenciarmos para ouvir o que Deus tem a nos pedir neste momento. Situações adversas necessitam de um esclarecimento e aconselhamento divino. Colocarmo-nos diante do Senhor, com nossas dúvidas, nossas aflições e deixar que Ele indique o caminho.

Que São José nos acompanhe nesta caminhada, ajudando-nos a ficar atentos à palavra de Deus, e intercedendo por nós, junto ao Pai, para que sejamos firmes em nossa resposta ao chamado de Deus. Amém!

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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG