22º Domingo do Tempo Comum – Ano B
30 de agosto de 2015Pessoas de palavra (Lucas 4, 31-37)
1 de setembro de 2015“Jesus foi para a cidade de Nazaré, onde havia crescido. No sábado, conforme o seu costume, foi até a sinagoga. Ali ele se levantou para ler as Escrituras Sagradas, e lhe deram o livro do profeta Isaías. Ele abriu o livro e encontrou o lugar onde está escrito assim:
‘O Senhor me deu o seu Espírito.
Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres
e me enviou para anunciar a liberdade aos presos,
dar vista aos cegos,
libertar os que estão sendo oprimidos
e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo.’
Jesus fechou o livro, entregou-o para o ajudante da sinagoga e sentou-se. Todas as pessoas ali presentes olhavam para Jesus sem desviar os olhos. Então ele começou a falar. Ele disse:
– Hoje se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabam de ouvir.
Todos começaram a elogiar Jesus, admirados com a sua maneira agradável e simpática de falar, e diziam:
– Ele não é o filho de José?
Então Jesus disse:
– Sem dúvida vocês vão repetir para mim o ditado: ‘Médico, cure-se a você mesmo.’ E também vão dizer: ‘Nós sabemos de tudo o que você fez em Cafarnaum; faça as mesmas coisas aqui, na sua própria cidade.’
E continuou:
– Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra. Eu digo a vocês que, de fato, havia muitas viúvas em Israel no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e meio, e houve uma grande fome em toda aquela terra. Porém Deus não enviou Elias a nenhuma das viúvas que viviam em Israel, mas somente a uma viúva que morava em Sarepta, perto de Sidom. Havia também muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi curado. Só Naamã, o sírio, foi curado.
Quando ouviram isso, todos os que estavam na sinagoga ficaram com muita raiva. Então se levantaram, arrastaram Jesus para fora da cidade e o levaram até o alto do monte onde a cidade estava construída, para o jogar dali abaixo. Mas ele passou pelo meio da multidão e foi embora.”
O trecho da leitura que Jesus faz na sinagoga começa com: “O Senhor me deu o seu Espírito”. Nossa vida é uma dádiva. E nossa vida cristã também, pelo dom do Espírito. Não partimos do dever, do mandamento, da obrigação. Partimos do dom. E é daí que o Senhor parte conosco.
Em uma das introduções para a oração do Pai Nosso na missa, o presbítero fala: “O Senhor nos comunicou o seu Espírito. Co
m a liberdade de filhos de Deus, digamos juntos:” O dom do Espírito nos dá a liberdade, a possibilidade de viver a melhor vida, que é a de filho de Deus. A partir daí é que vem o chamado.
“Ele me escolheu”. Saborear este trecho. O Senhor me escolheu. Sou escolhida, desejada, amada. Fazemos tanto para ser incluídos na nossa realidade! Os próprios grupos de WhatsApp! Mesmo sem conseguir acompanhar aquele universo de mensagens, ou acompanhando em detrimento de outras coisas quem sabe mais importantes, fazemos de tudo para não ficar de fora. Será que vivenciamos esta verdade profunda de sermos escolhidos?
“Me escolheu para…” A oração é para descobrir qual a escolha de Deus para as nossas vidas. Dialogamos com o Pai através da Sua Palavra para descobrir o chamado e, experimentando o amor com que no ama, crendo que deseja o melhor para nós, abraçá-lo.
O próprio Jesus encontrou nas Escrituras a escolha do Pai para ele: “Ele abriu o livro e encontrou o lugar onde está escrito assim: ‘O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos…” No chamado, Jesus discerniu as pessoas a quem se dedicar – pobres, presos, cegos, oprimidos – e os verbos que orientariam a sua ação: levar boas notícias; anunciar a liberdade, dar vista, libertar”.
Perguntar ao Pai: Pai, e a mim, ao que você me chama? Para o que me escolhe? A quem devo me dedicar? Quais serão os verbos da minha ação missionária?
Jesus discerniu, assumiu a missão e se colocou a caminho, não deixou para amanhã: “Hoje se cumpriu.” Pedir esta graça ao Espírito, que nos dê a firme decisão de colocar-nos a caminho hoje, de não adiar o cumprimento do que Deus nos chama a viver.
É difícil? Sim. O Evangelho nos mostra as dificuldades que o próprio Jesus enfrentou: incompreensões, preconceitos, falta de acolhida, perseguição. “Mas ele passou pelo meio da multidão e foi embora.” Ele seguiu em frente para o que o Pai lhe apontava. E assim nos ensina a fazer.
Vamos pedir ao Pai que nos dê, no dom do Seu Espírito, nos dê a experiência do amor, o discernimento da missão e a perseveran
ça para vivê-la, dia após dia.
Tania Pulier, comunicadora social – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner