“Jesus subiu um monte, chamou os que ele quis, e eles foram para perto dele. Então escolheu doze homens para ficarem com ele e serem enviados para anunciar o evangelho. A esses doze ele chamou de apóstolos. Eles receberam autoridade para expulsar demônios.

Os doze foram estes: Simão, a quem Jesus deu o nome de Pedro; Tiago e João, filhos de Zebedeu (a estes ele deu o nome de Boanerges, que quer dizer ‘Filhos do Trovão’; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o nacionalista; e Judas Iscariotes, que traiu Jesus.”

Vamos pedir a graça nesta oração de experimentar-nos chamados e enviados por Jesus.

Naquele tempo, eram os discípulos que escolhiam o Mestre. Jesus já subverte desde aí, escolhendo cada um de seus discípulos, chamando-os pelo nome. O chamado é personalizado. Não é dirigido a todos e qualquer um e quem responder respondeu. É um a um. Jesus conhece a minha história, sabe quem sou, o que tenho e o que não tenho, e pronuncia meu nome. “Não tenhas medo, pois eu te resgatei, te chamei pelo teu nome, tu és meu” (Is 43,1).

Jesus, no lugar de oração, ou seja, unido ao Pai, chama os que Ele quis. Experimentar-nos queridos e escolhidos por Ele. Os que ele chama respondem prontamente. “Eles foram para perto dele.” Este “ir” supõe uma ruptura com a vida anterior. É uma escolha também a resposta. No entanto, mais que a renúncia é a atração, o amor, o fascínio que Jesus exerce.

Para que Jesus escolhe? Qual é a missão? Em primeiro lugar “para ficarem com ele”. Não há missão alguma sem convivência com o Senhor. Não passariam de coisas para fazer, ativismo estéril. Ficar com ele é a fonte de nutrição para nós e para os outros. Como está minha permanência com o Senhor?

Aos que ficam com Ele Jesus envia a anunciar o Evangelho, anunciar a Boa-Nova de um Deus que é comunidade de amor, contar das maravilhas que se experimenta na própria vida. Como diz o Papa Francisco (Evangelii Gaudium 121), “todos somos chamados a dar aos outros o testemunho explícito do amor salvífico do Senhor, que, sem olhar as nossas imperfeições, nos oferece a sua proximidade, a sua Palavra, a sua força, e dá sentido à nossa vida. O teu coração sabe que a vida não é a mesma coisa sem Ele; pois bem, aquilo que descobriste, o que te ajuda a viver e te dá esperança, isso é o que deves comunicar aos outros.” A palavra “apóstolo” significa exatamente “enviado”.

E Jesus envia com autoridade. “Expulsar demônios” significa acabar com toda divisão – interior e exterior, que mina a vida verdadeira. Esta autoridade vem da união com o Senhor e de deixar o seu Espírito agir através de nossa vida e nossa Palavra. Se somos dóceis à Palavra para viver o que Ele nos fala, vamos pouco a pouco sendo configurados com Cristo. A Palavra que sai de alguém que verdadeiramente segue a Jesus, que vive o que Ele fala e por isso vai se assemelhando a Ele, sai com força para integrar a vida de muitas pessoas.

Que o Espírito renove em nós a alegria do Evangelho e do chamado a ser discípulos missionários, para que sejamos também enviados aonde o Senhor deseja.

Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner.