Olhos pra ver! (Marcos 6,1-6)
4 de fevereiro de 2015Que valores me movem? (Marcos 6,14-29)
6 de fevereiro de 2015“Jesus chamou os doze discípulos e os enviou dois a dois, dando-lhes autoridade para expulsar espíritos maus. Deu ordem para não levarem nada na viagem, somente uma bengala para se apoiar. Não deviam levar comida, nem sacola, nem dinheiro. Deviam calçar sandálias e não levar nem uma túnica a mais. Disse ainda:
– Quando vocês entrarem numa cidade, fiquem hospedados na casa em que forem recebidos até saírem daquela cidade. Mas, se em algum lugar as pessoas não quiserem recebê-los, nem ouvi-los, vão embora. E na saída sacudam o pó das suas sandálias, como sinal de protesto contra aquela gente.
Então os discípulos foram e anunciaram que todos deviam se arrepender dos seus pecados. Eles expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, pondo azeite na cabeça deles.”
Na oração de hoje, vamos pedir a graça de contemplar as situações às quais somos enviados e nos dar conta da autoridade que o Senhor nos dá.
Eu trabalho em uma empresa de educação em negócios, que se propõe a contribuir com uma nova economia, ajudando os negócios a serem éticos, mais humanos e prósperos. A cada processo de educação, desde o mais inicial, é impressionante ver a transformação! Às vezes são relatos tão “simples”, de líderes que deixaram de gritar em reuniões, que passaram a ouvir os colaboradores, que saíram de suas mesas e foram visitar os clientes e entender suas necessidades… É incrível todo o impacto que gera no entorno! Ao rezar este Evangelho, eu me impressionava com isto: “dando-lhes autoridade para expulsar espíritos maus.” Aí no meu contexto, quando o Senhor me confia acompanhar o processo destas pessoas, ele me dá/nos dá autoridade para expulsar o que é mau, o que causa divisão, o que gera injustiças e falta de sentido, o que cava miséria.
Cada um é convidado hoje a reconhecer que esta autoridade de discípulo missionário já lhe foi dada pelo Senhor. Nos é dada no Batismo e renovada a cada novo chamado, a cada nova missão à qual somos enviados, seja ela na Igreja ou na sociedade. E quando nos envia nos dá o Seu Espírito, que age em nós com poder e autoridade. Deixar-nos surpreender por isso e agradecer!
O que cabe a nós? Foco. Atenção. Delicadeza com essa missão. Como vivemos dispersos por muitas coisas! E como as muitas coisas nos fazem perder oportunidades de falar a palavra certa no momento certo, de fazer o gesto que tocaria profundamente o outro, de agir com a autoridade do Senhor. Daí o despojamento que Ele pede de seus discípulos. Não levem nada. Vão apenas com o essencial. Apenas com aquilo no qual podem se apoiar.
Depende só de nós, a partir da força de Deus? Não, depende da acolhida do outro também. É importante na missão saber ficar, permanecer ao lado do outro, acompanhar sua vida, viver a hospitalidade que é sinal do Reino, que tem sabor de familiaridade com Deus. E é importante também saber ir embora, respeitar a liberdade do outro, compreender quando não é ainda o seu momento, mesmo sentindo a pena de ele não entrar nesta experiência.
Os discípulos vivenciaram o dom que lhes foi dado. Vamos pedir ao Pai a graça de experimentar o envio que o Seu Filho nos faz e a autoridade do Espírito que Ele nos dá, e ir com coragem e determinação àqueles aos quais Ele nos envia, como e onde nos envia.
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner.