22 de agosto de 2023 – Terça-feira da 20ª Semana do Tempo Comum

Bem-aventurada Virgem Maria Rainha, Memória

“Eis que conceberás e darás à luz um filho.”

Nesta terça-feira da 20ª Semana do Tempo Comum, celebramos a Memória da Bem-aventurada Virgem Maria Rainha.

Neste momento que antecede nossa Leitura Orante, preparemos nossos corações e as condições para que este momento ocorra de forma tranquila, ainda que entre os muitos afazeres do dia, arranjemos esse lugar para o encontro. Podemos, então, começar respirando conscientemente e, em um segundo momento, façamos uma prece ao Espírito Santo, pedindo-lhe luz e sabedoria.

Leitura: o que o texto diz?

O evangelho de hoje encontra-se em Lc 1,26-38. Façamos uma leitura do texto em voz alta. Depois, uma segunda leitura, demoradamente, atentando para cada detalhe da narrativa.

Estamos diante de uma narrativa extraordinária. Não se trata apenas de um encontro entre duas personagens, mas entre personagens provenientes de dois planos: de um lado, temos o mensageiro de Deus, enviado a uma cidadezinha da Galileia; do outro, uma virgem, prometida em casamento a um homem descendente de Davi chamado José, que apenas depois dessa apresentação é-nos apresentada por seu nome: Maria.

O diálogo é travado entre as duas personagens e se dá de forma direta, ainda que permeado por certa solenidade. O mensageiro traz uma proposta, a jovem responde de forma clara e corajosa, reflete, escuta, questiona, decide. Diante do desafio, Maria toma uma decisão, sem permissão ou autorização do pai ou do marido, permite-se experimentar e vivenciar o impensável.

Meditação: o que o texto me diz?

A narrativa da anunciação do nascimento de Jesus, no contexto do mês vocacional, é ocasião de pensar nossa própria vida e vocação.

A meditação consiste em saborear as palavras e os acontecimentos que chamaram nossa atenção na leitura. Retemos na memória o que nos toca o coração. Estamos diante de uma narrativa complexa e, ao mergulharmos nessa narrativa, experimentamos vários sentimentos… O que sentimos? Somos capazes de nomear nossas sensações, questionamentos e inquietações?

Oração: o que o texto me faz dizer a Deus?

No evangelho de hoje, testemunhamos um diálogo entre o anjo Gabriel e Maria. Cada encontro supõe abertura para uma novidade, supõe disposição para a mudança de rumo da rota da vida.

A partir do que lemos e meditamos, podemos, agora, falar com Deus aberta e sinceramente. De que forma, neste momento específico de nossa história, esse texto nos importuna, nos inquieta e nos desinstala?

Contemplação: o que Deus, através do texto faz em mim?

No evangelho de hoje, a partir do consentimento de Maria, Jesus foi gerado em seu ventre. No silêncio da contemplação, Deus, no mais profundo de nossos corações, tece em nós sua palavra. Silenciemos e contemplemos Deus agindo em nós.

Ação: o que o texto – e este encontro – me solicita a agir?

Façamos agora, a partir do encontro com o texto de Lc 1,26-38, um compromisso. Como essa palavra que foi lida, meditada, rezada e contemplada se faz palavra viva em nossas vidas? Qual será (ão) nosso (s) gesto (s) concreto (s)?

Agradeçamos a Deus por este momento de encontro, reflexão e aprendizado.

*Maria Nivaneide de Abreu Lima é leiga católica e assessora do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI). Mestra em Teologia pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), bacharela em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e licenciada em Letras pela Universidade Federal do Ceará (UFC).