03/10/2022 – Lc 10,25-37

“E quem é o meu próximo?”

Leitura. O que diz o texto?

Vamos orar hoje uma das pérolas encontradas somente no evangelho de Lucas, a parábola do samaritano. Um texto que nos recorda do antigo preceito “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). Nesse diálogo com Jesus, o mestre da Lei quis colocar Jesus em dificuldade, por entender que o “próximo” da Lei se resume aos compatriotas, excluindo dessa proximidade qualquer pessoa estrangeira ou de outra religião.

Meditação. O que Deus nos diz através desse texto?

Alguém está abandonado e quase morto, caído na rua. Como nos identificamos? É muito fácil cairmos na tentação da indiferença e desviar o olhar. Existem pessoas invisíveis e sem voz sentadas no chão da calçada. Mas o silêncio delas é o grito de Deus clamando por proximidade e cuidado.

Oração. O que o texto me faz dizer a Deus?

Dá-me a força do teu Espírito para arrancar de mim toda a indiferença, comodismo, intolerância. Dá-me um coração sensível. “Que o nosso coração de pedra se converta num coração de carne” (Ez 36,26).

Contemplação. O que o texto faz em mim?

No final do texto da parábola Jesus desloca a posição do próximo, perguntando ao mestre “Qual dos três foi o próximo do homem caído?”  O desejo de me aproximar – ser o próximo – dos caídos e excluídos da sociedade, sem querer saber de que religião, país ou ideologia são, me leva ao coração do evangelho: a misericórdia. “O próximo foi aquele que usou de misericórdia para com ele”.

O que o texto me sugere a viver?

“Ver alguém que está mal nos incomoda, porque não queremos perder tempo por culpa dos problemas dos outros. São sintomas de uma sociedade enferma.” (Papa Francisco – Encíclica Fratelli Tutti, n. 65). Façamos de tudo para não cair nessa miséria da indiferença.

Diác. Glêvison Felipe Lourenço de Sousa*

*Diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG. Pós-graduado em Sagrada Escritura pelo Claretiano – Centro Universitário. Colaborador e residente na Paróquia São José – Vespasiano MG, Brasil