A cidade da minha vida, do meu coração
17 de julho de 2018Mateus 11, 28-30
19 de julho de 2018Evangelho: Mt 11,25-27
“Naquela ocasião Jesus disse:
— Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos! Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso.
— O meu Pai me deu todas as coisas. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e também aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é.”
Reflexão:
Na oração de hoje, peçamos ao Pai a graça de nos introduzir cada dia um pouquinho mais na sabedoria da vida, com a abertura de eternos aprendizes.
Unir-nos à oração de Jesus, deixando que reze em nós. Outra tradução diz: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e doutores e as revelaste aos pequeninos.” Trazer à memória esses “pequeninos” grandes sábios que conhecemos ao longo da vida. O Papa Francisco, em sua exortação apostólica Gaudete et exsultate, fala dos “santos ao pé da porta” e dá exemplos concretos e simples dessa santidade construída no dia a dia, ao longo do caminho da vida.
Essa sabedoria de que Jesus fala, no fundo, é a da vida e do amor. Essas pessoas que, pela experiência e pela abertura ao Espírito no cotidiano, na alegria e na dor, vão adquirindo um “sabor de Deus”. Tem a palavra certa, no momento certo. Também sabem calar, silenciar. São firmes e suaves ao mesmo tempo. Doces, leves, mas graves ao mesmo tempo, pois sabem que muitas coisas não são relativas, mas questão de vida (ou não vida). Alguns conhecem as ervas, os chás, os emplastos e os olhares que curam as feridas. Fazem aquele café com bolo que apazigua o coração. Perto delas, às vezes a gente tem a impressão de que nem precisa falar, porque nos adivinham.
Que tempo e espaço temos dados para essas pessoas nas nossas vidas, para conviver com elas e aprender com elas? Temos valorizado essa sabedoria popular, que ensina coisas sem comprovação científica, mas que realinham o amor e põem a vida nos trilhos? Ou o nosso ritmo não combina com o delas, nossos muitos certificados não nos permitem escutá-las? Talvez nos pareçam ultrapassadas, quando ouvimos o que nos dizem de forma literal e não conseguimos pular as barreiras das informações externas para captar a essência, para nos perguntar: “O que será mesmo que quer dizer com isso?”
Jesus louva o Pai por essas pessoas porque, segundo ele, entram no conhecimento do Pai que ele dá, que ele revela. Pedir-lhe a capacidade de degustar, de conseguir captar isso, e a graça de perceber quando os nossos conhecimentos, argumentos e ciências mais nos fecham que nos abrem à sabedoria da vida.
Senhor, ajuda-nos a saber viver! Dá-nos a acolhida da sua revelação no mais simples do dia a dia!
Tania Pulier, esteticista da alma, membro da CVX Cardoner e da Família Missionária Verbum Dei