Amar mais do que aqueles que nos amam
15 de junho de 2021Fazer da oração vivência
17 de junho de 2021Quarta-feira – 16/06 – Quarta-feira da 11ª Semana do Tempo Comum
Mt 6,1-6.16-18 – Doar, orar, abster
Leitura: o que o texto diz?
Continuamos a meditar parte do Discurso da Montanha. Jesus continua a fazer uma espécie de revisão das práticas religiosas de seu povo, não com o intuito de as abolir, mas de garantir que elas sejam purificadas de excessos ou carências e alcancem, de fato, seu ponto pleno, para agradar a Deus e fazer o seu Reino acontecer entre nós. Neste trecho, Jesus nos fala da esmola, da oração e do jejum. Logo no início o mestre adverte, nenhuma dessas práticas deve ser realizada com o intuito de promoção pessoal, de elogios ou envaidecimento, mas como ação de quem ama a Deus e o ama nos irmãos.
Meditação: o que o texto me diz?
A palavra nos recorda a prática da esmola, da oração e do jejum. Estamos habituados a ouvir este evangelho no início do Tempo Quaresmal, na quarta-feira de cinzas. Ouvi-lo novamente no Tempo Comum é um alerta a nos recordar que essas são ações da vida cotidiana e não apenas de um tempo específico, afinal, toda a caminhada cristã e uma caminhada de conversão, de busca por mudança de vida. As três práticas são destacadas por Jesus juntas, afinal uma desdobra na outra. A oração nos abre os olhos para nossos excessos e nos convida ao jejum. O jejum nos ajuda a reconhecer que o que nos sobra, por vezes, falta aos irmãos e nos impele à caridade. A abertura ao irmão é momento de graça que nos leva à abertura e ao encontro com o próprio Deus na oração.
Oração: o que o texto me faz dizer?
A esmola, a oração e o jejum não devem ser ações momentâneas, mas referenciais constantemente presentes em nossa caminhada cristã. Senhor, ajudai-nos a viver a esmola, fazendo de nossa vida doação generosa de nós mesmos aos irmãos e irmãs; ajudai-nos a viver a oração, fazendo de nossa vida encontro e diálogo permanente convosco; ajudai-nos a viver o jejum, fazendo de nossa vida renúncia de tudo aquilo que excede e daquilo que nos impede de caminhar convosco e com os irmãos e irmãs.
Contemplação: o que o texto faz em mim?
O texto que ouvimos também nos chama a atenção para o que está escondido em nós. O pai vê o que está escondido, não como quem investiga para punir, mas como quem examina para oferecer auxílio. A vivência das Bem-aventuranças deve começar no escondido do nosso interior e transbordar em nossas ações. Caso contrário são ações vãs, vazias de sentido: a esmola corre o risco de se tornar um mero assistencialismo; a oração, uma repetição mecânica de palavras; o jejum, um regime ou dieta qualquer.
Ação: o que posso fazer do texto?
Este evangelho é, explicitamente, um convite à ação. Atravessando esta pandemia, a prática da caridade é o que tem sustentado muitas famílias em situação de vulnerabilidade, tanto com alimentos e outros suprimentos, como com a escuta e atenção. A oração confiante e esperançosa é luz em meio a tantas notícias de parecem uma névoa pesada sobre os nossos dias. O jejum, de alimentos, mas também de ações, é um convite a nos educarmos para reconhecer o que é essencial e revermos nossas prioridades.
* Pedro Henrique Mendonça Fernandes – catequista coordenador diocesano da Catequese na Diocese da Campanha/MG