“Preparas um banquete para mim”.
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28 de novembro de 2017Evangelho – Lc 21,1-4
A oferta da viúva pobre
1Jesus estava no pátio do Templo, olhando o que estava acontecendo, e viu os ricos pondo dinheiro na caixa das ofertas. 2Viu também uma viúva pobre, que pôs ali duas moedinhas de pouco valor. 3Então ele disse:
— Eu afirmo a vocês que esta viúva pobre deu mais do que todos. 4Porque os outros deram do que estava sobrando. Porém ela, que é tão pobre, deu tudo o que tinha para viver.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém!
O evangelho de hoje nos leva a perguntas em torno do que temos disponibilizado a Deus de nossos “bens”. Jesus elogia a viúva pobre do texto pela sua capacidade de entrega. Será que ele quer que abramos mão daquilo que nos fará falta mesmo? Não penso que Jesus esteja dizendo literalmente isso. Embora a atitude de doar aquilo que é indispensável seja um gesto admirável e nos faça bem, penso que Ele também deseja que caminhemos um pouco mais profundamente em suas palavras.
Entregar o pouco que tempos para viver. Lendo a tradução acima, poderíamos entender de dois modos: a viúva passaria por necessidades, uma vez que depositou no cofre do templo o pouco que tinha e que a sustentaria. Mas, por outro lado, poderíamos também ler que ela depositou sabendo que tal ação a faria viver, entregou a fim de viver. Não sei se no texto original havia esse jogo de palavras, mas entregar o pouco para que seja administrado por Deus, certamente é uma atitude sábia, pois o Pai, como bom administrador, jamais nos deixaria faltar o que quer que seja.
Pensando em doações dos nossos dons, das habilidades que temos, essa interpretação faz ainda mais sentido, pois, quanto mais doamos, mais nos enriquecemos do fruto de nossas doações e mais habilidades e dons adquirimos. Entregarmos-nos a missões “pelas metades”, ao contrário, faz-nos insatisfeitos, incompletos. Seria melhor doarmos o que temos em escassez, mas doar em plenitude que doar o que temos de muito e não assumir totalmente nossa ação quando doamos.
Tenho pensado muito nisso nas últimas semanas no ritmo desenfreado que deixamos nossa vida seguir. O ano já está acabando, os enfeites de Natal já começam a aparecer, mas olho para trás e vejo como minha realização poderia me trazer mais alegria, como doei durante o ano muito mais como os ricos que dão o que lhes sobra que como a viúva, que doou de coração.
Deus não nos doou a parte que lhe sobrava. Mandou-nos seu filho para selar conosco uma nova relação de amor. Nesse sentido, sendo parte de extrema importância para que essa relação de amor dê certo, precisamos pensar no que estamos doando de nós! Nenhum casamento ou namoro dá certo, de verdade, quando a doação afetiva das duas partes é muito distinta. Assim também nossa relação com Deus.
Às vezes, ficamos tão distantes desse Deus Amor que não o conseguimos ouvir. Não conseguimos discernir para onde nem por onde caminhar. Ele fala, mas não escutamos.
Quem doa sobras apenas não sabe a grandeza verdadeira do amor-doação.
Jesus não nos pede sacrifícios imensos, privações ou dores. Ele espera de nós a parceria daquele que ama e atende carinhosamente aos pedidos do amado. Mesmo que sejam doações difíceis, elas não pesam para aquele que verdadeiramente ama.
Amém!
Tarefa para a semana: experimentar gestos de doação que realmente nos façam sentir que estamos dando mais do que aquilo que nos sobra. Confirmar a alegra que esse tipo de atitude pode nos causar.
Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte