Praticar e ensinar (Mt 5, 17-19)
10 de junho de 2015Sangue e água (Jo 19, 31-37)
12 de junho de 2015Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito ao seu sustento.
Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida. Ao entrardes numa casa, saudai-a. Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; se ela não for digna, volte para vós a vossa paz”.
A Palavra que Jesus deixou para seus seguidores é muito poderosa. Uma Palavra que possui o poder de curar doentes, ressuscitar mortos, purificar leprosos e expulsar demônios, vale quanto? Quanto vale anunciar que o Reino dos Céus está próximo? Saber que tudo aquilo que se deseja, no mais profundo do ser, está próximo, ao alcance da mão, vale quanto? Quanto você pagaria, se houvesse algum valor a estipular, por aquilo que é o maior de todos os seus desejos?
Receber o conhecimento do amor de Deus. Saber que Deus nos ama profundamente e que sempre está disposto a nos acolher, não importando o tamanho e nem a quantidade de nossos pecados, não há dinheiro nenhum no mundo que possa pagar.
Saber que Deus está próximo, muito mais próximo do que imaginamos e poder sentir seu perdão, seu carinho e sua amizade é completamente impagável.
Jesus nos trouxe, nos deu e nos dá, tudo isso de graça. Nada cobrou, pelo contrário, Ele pagou com sangue o preço de nos entregar a Palavra. Contudo, se olharmos nossa história, tanto a passada como a presente, percebemos quantos têm procurado se apoderar desse tesouro e utilizar-se dele em benefício próprio. Quanta tristeza perceber que ainda hoje poderemos ouvir de Jesus: “Ai de vocês, especialistas em leis, porque vocês se apoderaram da chave da ciência. Vocês mesmos não entraram, e impediram os que queriam entrar.” (Lc 11, 52)
Por outro lado, são muito mais aqueles que se entregam à missão de anunciar o evangelho a tempo e a destempo, de uma maneira tão intensa, despojada, gratuita e confiante da providência Divina. Estes têm me encantado há um bom tempo e a eles sou muito grato, porque me aproximam de Jesus.
Vêm à minha memória inúmeros religiosos e, também, leigos que optaram por uma vida simples e absolutamente direcionada ao anúncio do evangelho, alguns que já se foram e muitos que ainda estão juntos de nós, que dedicaram e dedicam todo seu tempo, esforço e atenção para dar de graça o que de graça receberam.
Por isso, me chamou a atenção Jesus afirmando aos seus enviados que o operário tem direito a seu sustento e que, por causa disso, podem ir sem nenhuma preocupação com o que levar. Há uma necessidade de que toda a atenção de seus enviados esteja voltada para a missão. Tudo o que importa é anunciar a boa nova.
Entendo que o Corpo Místico de Cristo necessita desses, como também daqueles que não se dedicam integralmente ao anúncio do evangelho, mas que podem contribuir com o sustento dos que se abandonaram à missão. O Espírito Santo distribui seus dons e chama cada um de nós a ocupar seu lugar neste corpo místico.
Na oração de hoje, o convite é recordar de todas essas pessoas, de uma forma especial daqueles que já estão em idade mais avançada, e perceber como estamos contribuindo para seu sustento. Não nos esqueçamos de retribuir sua dedicação ao evangelho com o carinho de uma visita, entregando um pouco de nosso tempo. Esse é um outro tipo de sustento a que têm direito.
Jesus, ajude-nos a ser solidários e a manter no coração a gratidão por aqueles que dedicaram a vida para que pudéssemos nos aproximar de você. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei