Não sejais legalista, viva a lei do amor
16 de fevereiro de 2021“Abrace sua cruz e ressuscite”
18 de fevereiro de 2021LECTIO DIVINA – 17/02/2021 – Mt 6, 1-6.16-18
“Deus vê o coração”
Leitura: O que o texto diz
A desnecessidade em externar nossos sacrifícios e obras, eis o ensinamento de hoje. Há 03 (três) tipos de ações de misericórdia realizados pelos judeus: esmola (6,2-4), oração (6,5-15) e jejum (6,16-18). Jesus não condena quem as faz, mas sim, quem as faz no palco de um teatro como atores que querem ser aplaudidos. Assim como os discípulos, somos convidados a manter o silêncio às obras, a assumir uma nova postura de relacionamento com Deus. Ora, a caridade não se limita a dar esmola, e sim, é um culto espiritual oferecido a Deus (cf Roma 12,1). Esse novo comportamento nos leva a estar com o Pai intimamente, um encontro pessoal. A generosidade deve ficar apenas com quem recebe, uma vez que, nossas ações devem ser reflexo do nosso amor. A necessidade de admirações e elogios, faz parte de nossa fraqueza, mas por outro lado, as obras só precisam ser entregues a Deus, a quem nos dá a recompensa ilimitada e incondicional.
Bem perceptível um conflito entre cristãos e judeus. Na comunidade de Mateus havia judeus que se tornaram cristãos e continuavam com as mesmas práticas. A esses, Mateus exorta a vivência em profundidade e até em suas últimas consequências, as boas tradições, inclusive a esmola muito bem recomendada no Antigo Testamento. Sabemos que os fariseus praticavam as obras com o objetivo de serem bem vistos e elogiados, eis o conflito.
Meditação: O que o texto me diz
Reflita sobre as boas obras de sua vida. Sinta-se um fariseu, e depois um cristão com novas posturas as quais o Senhor te chama a vivenciar. Qual sua atitude quando ora e jejua? Qual tem sido sua preferência, agradar aos homens ou a Deus? Está preocupado que os outros saibam de suas boas ações? Perceba quais enfermidades te impedem de assumir as novas posturas as quais Cristo convida a vivenciar e sentir.
Oração: O que o texto me faz dizer
Em diálogo com Deus, conseguimos ouvir suas propostas para nossa vida, e principalmente hoje, seu convite à humildade. Nos faz aprofundar sobre a caridade, uma vez que, socorrer os necessitados pode ser antes, um dever de justiça. A caridade supera a justiça, mas não existe sem ela. Advém a razão de dar ao outro o que é dele pelo fato de ser alguém e de existir e ser filho de Deus, portanto, ver Cristo no outro, e por mais esta razão, expressar o amor nas obras, mas em silêncio.
Contemplação: O que o texto faz em mim
Imagine-se na posição do mestre chamando a atenção dos discípulos para manter o sigilo de suas obras e sacrifícios, como também, discípulos recebendo a exortação de Jesus. Se deixe aprofundar no reconhecimento de tudo que tenha influenciado a você querer mostrar sua generosidade. Que se afaste de tudo que traz mídia enquanto se faz o bem, em prol da melhor de todas as recompensas: o amor de Deus.
Ação: O que esse texto me faz agir
O ensinamento de hoje nos convoca a um novo coração, sentir e agir. Muitas pessoas desistiram de fazer boas obras em coletividade por depararem com propagandas enaltecendo as ações. Não desista, faça a sua parte, ainda que não seja em coletividade, ajude a mudar os outros corações com seu testemunho silencioso. Com humildade, pratique sua obra e sacrifício, pois Deus te recompensa, e a Ele unicamente interessa, eis o sentido do aprendizado no texto de hoje.
Mércia da Silva Pereira*
Membro da Nova Jerusalém Leiga. Especialista em Estudos Bíblicos pela Faculdade Católica de Fortaleza-CE (FCF) e graduanda em Teologia pela Faculdade Católica do Rio Grande do Norte. Atualmente reside em Mossoró/RN.