O nascimento de Jesus é anunciado (LC 1, 26 – 38)
8 de dezembro de 2018O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador (Lc 1, 39-47)
12 de dezembro de 2018Leitura: Mateus 8, 12-14
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.
Palavra da Salvação.
ORAÇÃO
O Evangelho de Mateus nos convida a refletirmos sobre a importância que Deus dá a cada um de seus filhos, sem distinção.
Jesus nos fala: “Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu?” A primeira reflexão deste texto enche-nos de conforto por saber que Deus não deixa de olhar por nenhum de nós, seus filhos: Ele acompanha cada um em sua trajetória, em suas aflições e necessidades. Podemos ter a certeza de que, assim como o pastor se importa com cada uma das suas ovelhas, se qualquer um dos seus filhos se perder, Ele voltará seu olhar para aquele filho e fará todo esforço para trazê-lo de volta para junto de Si.
Podemos perguntar: mas como ficam as outras noventa e nove ovelhas enquanto o pastor está cuidando daquela que está perdida? Seria necessário tanta atenção para uma única ovelha, correndo o risco de deixar as outras todas sozinhas?
Comparando o Pai com este pastor zeloso, podemos entender o quão importante e única é a vida de cada um para Deus. Podemos entender que Ele trata seus filhos perdidos ou desgarrados, aqueles que se afastaram do Seu caminho de amor e salvação, como filhos que precisam de mais presença, atenção e cuidado por estarem mais frágeis. E por isso se desdobra em atenção e carinho.
O pastor sabe que as outras ovelhas ficarão bem porque elas estão juntas e se fortalecem nessa unidade. E estão mais maduras, em melhores condições de suportarem alguma possível intempérie. Faz-nos pensar no quanto é importante que nós, cristãos, estejamos sempre unidos e fortalecidos por nossa fé e nossas práticas. Pois são elas quem nos sustentarão para nos ajudarmos uns aos outros em momentos difíceis. E assim poderemos ser instrumentos precisos do seu amor e da sua misericórdia a quem precisar.
Se Deus se importa tanto com a vida de cada um dos seus filhos, qual o Seu sentimento diante de tantas vidas ceifadas estupidamente, seja pelas guerras, pelas brigas de gangues ou pela violência gerada pelas drogas? Como Pai amoroso, deve causar-lhe um grande desolamento ver o que os homens fazem com a liberdade que Ele lhes concedeu, no quanto têm sido desrespeitosos e descuidados com a preciosidade que é a vida.
Não temos como impedir a guerra, acabar com a violência social, matar a fome de todos os povos, enfim, resolver os grandes desafios sociais do mundo num passe de mágica. Mas temos muito o que fazer, por mais insignificantes que nossos gestos possam parecer.
Precisamos promover a paz: com nossas orações, com nossas ações, com nosso silêncio e compreensão… podemos evitar que muitos irmãos percam suas vidas. Seja a vida física ou espiritual.
Quantos irmãos estão mortos por não terem fé, esperança, amor, alegria de viver? Quantos irmãos estão mortos por serem marginalizados, discriminados, condenados por sua condição de vida? E o que nos cabe fazer? Podemos lutar pela vida dos nossos irmãos evitando que muitos se percam: basta estar atentos aos seus passos, ouvir seus sofrimentos, orientar suas decisões, acolher suas limitações, compreender suas diferenças, estar próximos, não ser indiferente à presença do outro.
Porque assim como o pastor, “o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos”.
Senhor, fazei de nós um instrumento preciso do Seu amor, da Sua misericórdia e da Sua paz.
Maria Luzia de Moraes Fonseca, Família Verbum Dei em Belo Horizonte