Ficai atentos a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer
1 de dezembro de 2018“Felizes são as pessoas que podem ver o que vocês estão vendo!”
4 de dezembro de 2018PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Espírito Santo, ilumina-me para que, junto com Maria, possa acolher a Palavra.
Espírito Santo, faze-me dócil para receber a mensagem que tens preparado para mim.
Espírito Santo, ajuda-me neste tempo de espera,
a fim de poder encarnar a Boa-Nova e partilhá-la com os demais.
Amém.
TEXTO BÍBLICO: Lc 21.25-28,34-36
A vinda do Filho do Homem
Mateus 24.29-31; Marcos 13.24-27
25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, todas as nações ficarão desesperadas, com medo do terrível barulho do mar e das ondas. 26Em todo o mundo muitas pessoas desmaiarão de terror ao pensarem no que vai acontecer, pois os poderes do espaço serão abalados. 27Então o Filho do Homem aparecerá descendo numa nuvem, com poder e grande glória. 28Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos.
A necessidade de vigiar
34E Jesus terminou, dizendo:
– Fiquem alertas! Não deixem que as festas, ou as bebedeiras, ou os problemas desta vida façam vocês ficarem tão ocupados, que aquele dia pegue vocês de surpresa, 35como se fosse uma armadilha. Pois ele cairá sobre todos no mundo inteiro. 36Portanto, fiquem vigiando e orem sempre, a fim de poderem escapar de tudo o que vai acontecer e poderem estar de pé na presença do Filho do Homem, quando ele vier.
1. LEITURA
Que diz o texto?
* Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
1. Que sinais cósmicos acontecerão naquele dia e o que provocarão nas pessoas?
2. Quem virá naquele momento e como se deve reagir diante daquela vinda?
3. Que atitude Jesus recomenda para aquele momento?
4. O que se deve evitar como tentação?
* Algumas pistas para compreender o texto:
Pe. Damian Nannini1
O evangelho deste domingo nos coloca imediatamente diante da consideração do fim do mundo. Neste fragmento do discurso escatológico de Lucas, utilizando a simbologia própria do gênero apocalíptico, é-nos dito que aqueles astros (sol, lua e estrelas) que Deus colocou para reger o tempo (cf. Gn 1) nos darão os sinais da chegada do fim.
Estes sinais apocalípticos, como reveladores, geram divisão entre as pessoas. Assim, temos, de um lado, a reação primeira e primária diante dessa realidade do fim por parte dos povos, que será de angústia; e por parte das pessoas, que será de pânico (“todas as nações ficarão desesperadas…, muitas pessoas desmaiarão de terror”).
Por outro lado, todo este quadro de comoção cósmica nada mais é do que o sinal do anúncio da chegada do Filho do Homem, “com poder e grande glória”. O título “Filho do Homem”, que Jesus aplica a si mesmo aqui, inspira-se em Dn 7.13-14 e representa o Messias como juiz escatológico. Trata-se, portanto, de sua vinda no fim dos tempos para julgar o mundo. Diante desta manifestação, os discípulos devem “ficar firmes e de cabeça erguida”. O contraste com “as nações” e “as pessoas” é claro, e é a esperança que faz a diferença. Enquanto as pessoas, em geral, serão tomadas de pânico, os cristãos são convidados à confiança, a ficar firmes, porque a vinda do Filho do Homem lhes traz a salvação, a libertação.
Para conseguir isto, requer-se uma atitude vigilante; daí a advertência do evangelho de hoje a não deixar que “as festas, ou as bebedeiras, ou os problemas desta vida façam vocês ficarem tão ocupados, que aquele dia pegue vocês de surpresa”. O maior prejuízo que isto provoca é a perda da atenção, e sua consequência será que o dia da vinda do Senhor nos tomará de surpresa, sem que o estejamos a esperar devidamente. A atitude requerida é, portanto, uma consciência atenta e vigilante, a qual é fruto da oração, da súplica ou prece incessantes: é o que o Senhor pede aqui a seus discípulos.
O que o Senhor me diz no texto?
Em cada Advento, a Igreja coloca o cristão em situação vital de esperança: deve esperar, vinculado a todo o Antigo Testamento, a chegada da libertação por parte de Deus. A espera do crente é, no fundo, a esperança em um encontro definitivo com Deus. A fé, aqui, como encontro com Deus, é a substância do que esperamos.
Despertar esta esperança transcendente, teologal, é a grande dificuldade e, por isso, o grande desafio de começar o Advento. A principal dificuldade está no fato de que o homem pós-moderno vive no imediatismo e se conforma com isso. Seu horizonte, muitas vezes, não vai além do consumo, e isto se percebe cada vez mais na forma de viver e de celebrar o Natal, sem distinção de classes sociais. De um modo ou de outro, somente o bem-estar individual aparece como objeto de espera e de conquista.
No entanto, mais do que condenar esta atitude de vida, é preciso entender que, no fundo, responde ao desejo de felicidade que todos temos. Sim, na vida, todas as pessoas buscamos a felicidade, ser felizes. A grande questão é: onde se encontra essa felicidade que buscamos? Está somente no conforto econômico, na possibilidade de consumo? Justamente aqui é onde temos que apresentar a verdade integral do evangelho como boa-nova que responde a este desejo de felicidade, legítimo, sem sombra de dúvidas, mas cujo objeto não se esgota nas coisas deste mundo, nos bens de consumo terrenos. Precisamos apresentar a Boa-Nova da alegria da Salvação que Deus, por sua misericórdia, opera em nosso coração se o abrimos a Cristo: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (Evangelii gaudium, nº 1).
Mesmo em meio a grandes dificuldades, somos convidados a esperar esta salvação que vem somente de Deus. A este respeito, dizia o Papa Francisco: “A salvação anunciada por Deus reveste o carácter duma força invencível que triunfará sobre tudo. De facto, depois de ter anunciado aos seus discípulos os sinais tremendos que precederão a sua vinda, Jesus conclui: ‘Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e levantai a cabeça, porque a vossa redenção está próxima’ (Lc 21.28). […] Assim, é também no meio de convulsões inauditas que Jesus quer mostrar o seu grande poder, a sua glória incomparável (cf. Lc 21.27) e a força do amor que não recua diante de nada, nem diante dos céus transtornados, nem diante da terra em chamas, nem diante do mar revolto. Deus é mais poderoso e mais forte que tudo. Esta convicção dá ao crente serenidade, coragem e a força de perseverar no bem frente às piores adversidades. Mesmo quando se desencadeiam as forças do mal, os cristãos devem responder ao apelo, de cabeça erguida, prontos a resistir nesta batalha em que Deus terá a última palavra. E será uma palavra de amor e de paz” (Homilia de 29 de novembro de 2015).
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
1. Onde busco a felicidade plena? Meu coração fica satisfeito quando realizo esse desejo?
2. Sou contagiado pelo consumismo que impera durante a celebração do Natal?
3. Espero realmente a salvação e felicidade que me vêm de e com Jesus?
4. Onde coloco minha esperança?
5. Encontro paz e esperança na Palavra de Deus?
6. Que penso fazer como preparação para viver um Natal diferente, esperanço e festejando a vinda de Jesus em minha vida?
O que respondo ao Senhor que me fala no texto?
Obrigado, Jesus, por cada um de teus sinais.
Livra-me de querer ter tudo imediatamente, livra-me da voragem do tempo.
Que minha esperança não se detenha nas coisas passageiras.
Dá-me a certeza da alegria que jamais termina.
Concede-me, Jesus, neste tempo, poder preparar-me para tua vinda no Natal.
Quero encontrar-me contigo, pois somente contigo minha vida tem sentido.
Peço-te tudo isso de todo o coração.
Amém.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Jesus, ajuda-me a preparar meu coração para tua vinda”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, proponho-me esperar alguém em meu trabalho, em meu colégio ou faculdade, e partilhar um momento de conversa.
“Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo, que ele nos deu” (Rm 5.5).
São Paulo Apóstolo