A minha casa será uma Casa de Oração
18 de novembro de 2016Vejam! (Mateus 12,46-50)
21 de novembro de 2016Leitura: Lucas 20, 27-40
Alguns saduceus, os quais afirmam que ninguém ressuscita, chegaram perto de Jesus e disseram:
— Mestre, Moisés escreveu para nós a seguinte lei: “Se um homem morrer e deixar a esposa sem filhos, o irmão dele deve casar com a viúva, para terem filhos, que serão considerados filhos do irmão que morreu.” Acontece que havia sete irmãos. O mais velho casou e morreu sem deixar filhos. Então o segundo casou com a viúva, e depois, o terceiro. E assim a mesma coisa aconteceu com os sete irmãos, isto é, todos morreram sem deixar filhos. Depois a mulher também morreu. Portanto, no dia da ressurreição, de qual dos sete a mulher vai ser esposa? Pois todos eles casaram com ela!
Jesus respondeu:
— Nesta vida os homens e as mulheres casam. Mas as pessoas que merecem alcançar a ressurreição e a vida futura não vão casar lá, pois serão como os anjos e não poderão morrer. Serão filhos de Deus porque ressuscitaram. E Moisés mostra claramente que os mortos serão ressuscitados. Quando fala do espinheiro que estava em fogo, ele escreve que o Senhor é “o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó.” Isso mostra que Deus é Deus dos vivos e não dos mortos, pois para ele todos estão vivos.
Aí alguns mestres da Lei disseram:
— Boa resposta, Mestre!
E não tinham coragem de lhe fazer mais perguntas.
Oração:
Os saduceus, que não acreditavam que a vida poderia continuar após a morte, perguntam a Jesus pressupondo aquilo em que não creem. Eles não acreditam na hipótese que levantam. Querem embaraçar Jesus. Supõem uma situação que, para eles, nunca aconteceria, e querem que Jesus responda ao questionamento.
Olho para os saduceus e penso na minha oração. Quando quero conversar com Deus, parto dos pressupostos nos quais acredito? Digo a Ele de qual ponto de partida saio, sobre qual verdade me baseio? Sou sincero? Ou, ao contrário, por qualquer razão, falo a partir de ideias que não me convencem, pois assim me ensinaram que deveria ser ou que isso deve ser dito para que Deus responda? E que sentido tem se Deus me responde a uma mentira que formulo? Os saduceus não criam naquilo que diziam no início da conversa. Por isso, não conseguiram um diálogo verdadeiro com Jesus.
Jesus, ao contrário, responde a partir daquilo em que crê. Ele sabe como a vida depois da vida é. Ele responde com sinceridade. Na oração, sinto o desejo de falar ao Pai sempre com sinceridade, a mesma com a qual Jesus Lhe falava. E também sinto o desejo de falar do Pai e das minhas ideias sempre com franqueza, assim como Jesus falava d’Ele e de suas convicções. Fico com o desejo de ser menos como os saduceus e mais como o Filho.
No final da conversa, para concluir, Jesus lembra que “Deus é Deus dos vivos e não dos mortos, pois para ele todos estão vivos.“ Afirma isso depois de lembrar o que Moisés tinha escrito: que o Senhor é “o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó.” Na oração, tento perceber que Deus me fala. Ele não disse aos que já morreram e gostaria que eu ouvisse as palavras daquele tempo. Ele, que falou com Abraão enquanto Abraão vivia, que falou com Isaque enquanto Isaque vivia e com Jacó enquanto Jacó vivia, fala a mim, agora, que vivo.
Que o Espírito nos dê a clareza para ver que Deus fala à nossa vida, hoje, pois Ele mesmo vive, agora. Que o Espírito nos ajude a dialogar de verdade, com a sinceridade que a noção de sermos acima de tudo amados e amadas autoriza.
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte