A dádiva incondicional da liberdade humana (Marcos 3,22-30)
27 de janeiro de 2014Convite à fertilidade (Marcos 4,1-20)
29 de janeiro de 2014“Nisso chegaram a mãe e os irmãos de Jesus; ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo.
Havia uma multidão sentada ao redor de Jesus. Então lhe disseram: “Olha, tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram.”
Jesus perguntou: “Quem é minha mãe e meus irmãos?”
Então Jesus olhou para as pessoas que estavam sentadas ao seu redor e disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.””
As duas passagens anteriores a esta no Evangelho de Marcos mostram atitudes opostas, de extrema proximidade e intimidade com Jesus, representada pelos Doze que Ele chama; e de negação da ação de Deus nele, representada pelos doutores da lei que dizem: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios.” Aqui Marcos trabalha catequeticamente com a oposição “dentro” e “fora”, como que provocando-nos a reconhecer o nosso próprio chamado de viver uma intimidade com o Senhor, a “familiaridade” com Ele e dar nossa resposta: aonde queremos nos situar?
Podemos, então, contemplar a cena: os familiares de Jesus estão “do lado de fora” e a multidão está “sentada em torno dele”. Quantas vezes os que parecem mais próximos de Jesus, os que estão constantemente na Igreja, ficam do lado de fora de seu verdadeiro seguimento na vida, da proximidade com ele nas atitudes, e outros, que parecem estar “de fora”, os da multidão, fazem no dia a dia o que efetivamente Deus deseja, e tornam-se semelhantes a Jesus – seu “irmão”, sua “irmã” e sua “mãe”. Contemplando a cena, ver-me nela: onde estou? Quando estou próxima(o) e quando estou longe dele? Quando estou dentro e quando estou fora? Que sabor experimento em cada uma destas situações? Estar é estar inteiros. Contemplar também que aspectos da minha vida se aproximam de Jesus e que aspectos se distanciam dele. À medida em que contemplo, conversar com Ele. Pedir-lhe a graça de não negar nada do que eu sou, mas de tomar nas mãos e apresentar-lhe, para que Ele seduza e integre.
Os familiares de Jesus não são rejeitados nesta cena. Ele apenas abre as fronteiras de sua família e abole privilégios. Se não são os laços de sangue, tampouco é a denominação religiosa ou a cultura o que faz ser próximo ou não de Jesus. “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”.
Que Maria, que sabia guardar tudo no coração e procurar o sentido, mesmo quando custava como talvez tenha custado a resposta do Seu Filho, nos ensine a como ela abrir-nos ao que o Senhor efetivamente quer nos convidar a viver, e a dar-lhe um “sim” suave e firme como o dela.
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner