Nossas “riquezas”
17 de agosto de 2015A justiça de Deus
19 de agosto de 2015Leitura: Mateus 19,23-30
Jesus então disse aos discípulos:
– Eu afirmo a vocês que isto é verdade: é muito difícil um rico entrar no Reino do Céu. E digo ainda que é mais difícil um rico entrar no Reino do Céu do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha.
Quando ouviram isso, os discípulos ficaram muito admirados e perguntavam:
– Então, quem é que pode se salvar?
Jesus olhou para eles e respondeu:
– Para os seres humanos isso não é possível; mas, para Deus, tudo é possível.
Aí Pedro disse:
– Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor. O que é que nós vamos ganhar?
Jesus respondeu:
– Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando chegar o tempo em que Deus vai renovar tudo e o Filho do Homem se sentar no seu trono glorioso, vocês, os meus discípulos, também vão sentar-se em doze tronos para julgar as doze tribos do povo de Israel. E todos os que, por minha causa, deixarem casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras receberão cem vezes mais e também a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os últimos serão os primeiros.
Oração: Deixamos tudo
Não se alcança a vida eterna quando não se escolhe o desapego, o desprendimento. A eternidade da companhia de Deus é graça concedida a quem é capaz, nesta vida, de seguir os passos de Jesus, sem levar bolsa, sacola ou sandálias (Lucas 10,4). A riqueza é perigosa, porque chama a avareza, a cobiça, e é capaz de desviar nosso olhar das coisas do alto. Mas quando percebemos a dificuldade da renúncia, o pensamento que nos vem é aquele dos discípulos: Então, quem é que pode se salvar, se todos somos tão fracos? Com esse nível de exigência, não sobrará ninguém para a vida eterna!
Apesar de nossa pequenez e nossa imensa dificuldade de abandonar as coisas do mundo, Jesus nos lembra que nada é impossível para nosso Deus. Por nós, se for preciso, ele passará um camelo pelo fundo de uma agulha, sem qualquer dificuldade. Mas fez, inclusive, algo muito maior que isso: veio ele mesmo ao mundo e decidiu sofrer até o fim, para que acreditemos em seu amor inabalável por cada um de nós, e para que acreditemos em sua misericórdia. Então nos pede confiança, para que entreguemos em suas mãos a nossa história e nosso destino.
Jesus nos garante que a simplicidade é o caminho mais reto em direção à santidade, pois nos evita tudo aquilo que é perecível. Pede-nos para mirarmos o acúmulo de riquezas no céu, pois lá está nosso destino, e todos os bens materiais que aqui acumulamos, aqui ficarão.
Vivamos então o despojamento, para que não nos percamos na confusão do mundo. Confiemos em Jesus como pastor de nossas vidas, e no último dia possamos dizer a ele, como Pedro: Veja! Deixamos tudo e seguimos o senhor!
Marcelo Camargos. Acadêmico de medicina na UFMG. Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte-MG.