Leitura: Lucas 13,22-30

Naquele tempo, Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” Jesus respondeu: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão”. Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’. Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vós, porém, sendo lançados fora. Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. E assim há muitos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”.

De onde somos

Se em Lucas 6,12-19 reconhecemos que existem diferentes graus de proximidade com Jesus, dependendo da intimidade com seus ensinamentos, a oração de hoje faz perceber a possível condição de estarmos distante dele.

Permitir que ele ensine em nossas praças, a nosso coração, não nos faz íntimos o suficiente para participarmos de seu banquete no reino dos céus. No juízo, Jesus negará nossa existência se vivermos toda uma vida de passividade; ou seja, se nos conformarmos apenas em escutá-lo e não nos dispusermos a qualquer ação.  Em verdade, Jesus nega qualquer possibilidade de vida em passividade, porque diz: “Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça”. Sendo assim, entendemos que a omissão é prática de injustiça.

Percebamos, então, os momentos em que nos distanciamos de Jesus. Vivamos uma forma de vida que faça com que, no momento final, Jesus nos diga: Sei bem de onde sois.

• Para aprofundamento da oração de hoje, sugiro a música Cais, de Milton Nascimento, disponível neste link: https://www.youtube.com/watch?v=aDhrDSWzWh8

Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de me lançar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez de me lançar

Marcelo H. Camargos – estudante de medicina na UFMG. Fraternidade Missionária Verbum Dei.