O Reino dos Céus é para todos
30 de julho de 2015Qual espírito move nossas escolhas? (Mateus 14,1-12)
1 de agosto de 2015Evangelho: Mt 13,54-58
Naquele tempo: 54Dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: ‘De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?’ 57E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: ‘Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!’ 58E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.
Invocando a Santíssima Trindade iniciamos nossa oração. Abramos o coração ao amor de Deus. Louvemos ao Senhor, pois está conosco, nos acompanha.
Hoje somos convidados a ir além das simples aparências. Ir além daquilo que se vê diante das nossas relações diversas do cotidiano, inclusive no diálogo com Jesus.
Tanto naquele tempo quanto no atual somos permeados por uma cultura que prega a perfeição, que nos mede por aquilo que temos ou pelas aparências e aí surgem os questionamentos pejorativos. No evangelho nos é apresentado a realidade daquele tempo conforme as duvidas a seguir: “
De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não moram conosco?”
Por terem um coração fechado, viram apenas o externo, um Jesus que tem raízes simples, sem títulos e nem privilégios, por isso é tão difícil aceitá-lo.
Hoje, da mesma forma, esta imagem dos outros, é classificada e etiquetada como: inteligentes ou incompetentes, profundos ou superficiais, simpáticos ou chatos; úteis ou descartáveis… Desta forma, atrofiamos nossos olhos para perceber a novidade surpreendente que pode brotar no outro. Porque “só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. – Antoine de Saint – Exúpery”
E assim nos permitimos julgar pela simples aparência. Corremos o risco de perder-nos em nós mesmos e de não descobrir os diamantes preciosos escondidos nos cascalhos disformes que ora os outros apresentam. É necessário coragem para desbravar o terreno Sagrado do outro, como nos diz o Senhor no Livro do Êxodo 3, 5 “ Retire as sandálias pois este território é Sagrado”.
Necessitamos buscar em Jesus a sabedoria e delicadeza para adentrarmos no solo Santo que possuem nossos irmãos, ir ter com outro e assim poder perceber a nobreza que cada um traz consigo, assim como, o alpinista que se permite olhar para dentro da montanha e não além, ou o mergulhador que abre os olhos dentro do oceano e aí descobre infinita riqueza, ou ainda o orante que abre os olhos para dentro de si e aí encontra Deus.
Experimento que é conectado ao coração de Jesus, que nos é possível por meio da oração com a Palavra, nos abrir diante das novidades humanas com autenticidade, amor e misericórdia, sem apontamentos, mas, criando laços de amizade fraterna. Assim, teremos a capacidade de despertar no outro o melhor de si, ajudar a perceber o infinito de possibilidades que cada um carrega consigo, a destravar asas, a despertar o gosto por uma vida mais humana em pessoas vazias de interioridade, pobres de amor e necessitadas de esperança.
É por meio da ação e da presença instigante do Espírito Santo que nos sentimos motivados a transpor obstáculos e construir o futuro, a sonhar, a apaixonar pelo que aprendemos, pelo que criamos e realizamos. A Ser pertença, a ser respeitado em nossas potencialidades e também em nossos limites e necessidades, levando –nos a reencontrar nossa essência. É assim, quando somos descobertos e acolhidos em nossa verdadeira identidade.
Sejamos estes seguidores e promotores de Jesus com sua presença humanizadora e inspiradora, levando as pessoas a experimentar condições ousadas de crescimento no dia a dia.
Senhor, Paizinho amado, nos dê a capacidade e sabedoria como viveu Inácio de Loyola, autentico desbravador orante da Palavra Viva que faz gerar laços.
- Tomai Senhor, e recebei
- Toda minha liberdade,
- A minha memória também.
- O meu entendimento
- E toda minha vontade.
- Tudo que tenho e possuo,
- Vós me destes com amor.
- Todos os dons que me destes,
- Com gratidão vos devolvo:
- Disponde deles, Senhor,
- Segundo vossa vontade.
- Dai-me somente
- O vosso amor, vossa graça.
- Isto me basta,
- Nada mais quero pedir.
Santo Inácio de Loyola
Sirlene das Graças Almeida – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte