“Todo aquele que faz a vontade de meu Pai… esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”
16 de julho de 2020“Eis o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual está meu agrado”
18 de julho de 2020Lectio Divina Mt 12,1-8. Sexta-feira da 15ª semana do Tempo Comum.
“De fato, o Filho do Homem é o Senhor do sábado”
Invoque o Espírito Santo, como oração ou canto. No silêncio, respire várias vezes profundamente. Concentre-se na respiração, e depois nas batidas do coração. Aproveite para sentir o fluxo de ar e do sangue no corpo. Acalme-se para a lectio divina.
Leitura: o que o texto diz?
O texto segue no Sermão da Missão em Mateus. Jesus está em missão. Hoje, o texto trata de algo muito importante para os judeus da época de Jesus, e ainda hoje para grupos ortodoxos de judeus: o respeito estrito às normas do sábado.
Faça uma primeira leitura em voz alta. Faça uma segunda leitura, silenciosa, e devagar, prestando atenção em detalhes de local, dia, tempo ou horário, personagens, fatos, falas e a quem elas se dirigem, e seu conteúdo.
Os fatos narrados se passam num sábado. Num campo de trigo, que estava em ponto de colheita. Os personagens quem são? Como estavam os discípulos de Jesus naquela hora?
Sábado era dia dedicado ao descanso, e dedicado ao Senhor. Em dias comuns a lei judaica permitia entrar num campo e tirar coisas para comer, mas era proibido usar cesta e carregar produtos de campos alheios. Mas o sábado tinha regras estritas do que era permitido e proibida fazer. Desobedecer ao sábado era falta gravíssima, previsto no decálogo ( Ex 20,8-10).
Fariseus interpelam Jesus sobre as atitudes dos seus discípulos. Jesus lhes responde citando uma desobediência de Davi e sacerdotes, que oferecem a Davi cinco pães consagrados ao templo conforme 1 Sm 21,1-7. Só sacerdotes podiam comer desses pães. Mostra, então, que sacerdotes desobedeceram a normas dentro do templo. Mas Jesus vai além. Parece querer desafiá-los dizendo que “aqui está quem é maior que o Templo”. Essa comparação era escândalo. O Templo era local da morada de Deus na concepção judaica.
Jesus acusa fariseus de desejarem condenar inocentes (os discípulos), que tinham fome. E termina citando o profeta Oséias, pois Deus deseja misericórdia, e não sacrifícios. E termina dizendo uma característica do “Filho do Homem”, em que contesta aqueles que se julgam os donos do sábado, os fariseus.
Meditação: o que o texto me diz?
Todo texto causa no leitor alguma impressão. A palavra de Deus, ainda mais, leva o leitor a receber a presença de Deus através do texto, pelo Espírito Santo.
O que mais lhe chamou a atenção no texto? Que palavras, frases, ou situações lhe resumem o texto? O que o texto lhe diz de mais importante?
Oração: o que o texto me faz dizer a Deus?
Deus já falou através de sua palavra na leitura, e através de seu Espírito na meditação. Agora é chegado o tempo de responder a Deus na oração. Oração é conectar com Deus, é busca de intimidade com o Senhor. O que o texto lido, meditado, lhe leva a dizer a Deus? Fale abertamente. De sua fé, agradecimentos, desilusões, suas dúvidas, dificuldades, louvor, decepções, tristezas e alegrias, esperança e perplexidades. Fale de coração aberto.
Contemplação: o que o texto me faz?
Ao lermos, meditarmos, orarmos a palavra de Deus, ela se faz dentro de nós. Ela é eficaz. É vida. E faz crescer no conhecimento e na fé. Mas, principalmente, nos transforma, nos muda, mudando nosso coração, valores, memória, atitudes, vontade, sentimentos. O que o texto lhe faz?
Ação: o que o texto me solicita a agir?
Fé e vida devem ter coerência. A palavra de Deus, na medida de nossa transformação, mudança de coração, valores, atitudes que nos leva à mudança concreta de vida. Ela nos interpela no agir concreto de vida, no hoje de nosso tempo, nossa ação. O que o texto lhe interpela no concreto da vida, na ação junto à sociedade, comunidade de fé, família, trabalho?
Marco Antonio Tourinho, leigo NJ.