Abrindo a porta para o Senhor (Lc 12,35-38)
21 de outubro de 2014O Espírito: fogo que aquece, ilumina, divide e une.
23 de outubro de 2014“Ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”.
Então Pedro disse: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?”. E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis.
Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!”.
Ao ler este texto algumas vezes, minha atenção se volta para “dar comida a todos na hora certa”.
Sinto Jesus nos convocando para contribuir nesta tarefa de alimentar os outros.
Qual será o alimento que devemos dar aos outros?
O que nos foi confiado e que nos será exigido?
Percebo uma cadeia histórica que, a partir dos apóstolos, se desenvolveu até que pudéssemos receber o alimento da esperança, do amor, da paz e da alegria, que nos foi dado quando tomamos contato, conhecemos e nos tornamos íntimos da amizade do nosso Senhor, aprendendo e tendo a permissão de chamá-lo amigo. (Jo 15,15)
Essa alegria não pode ficar encerrada em nós! Precisamos compartilhá-la, continuar alimentando os outros.
Às vezes, percebendo que as mudanças que tanto queremos não acontecem, vamos nos desanimando. É comum ouvirmos muitas pessoas dizendo que “está cada dia pior”, que “não tem jeito para o mundo”.
Penso que, se não estivermos sempre atentos, conectados à fonte, abrimos espaço para o ladrão e ele nos rouba nossa maior riqueza: a esperança.
Jesus responde a Pedro, de maneira costumeira, com uma pergunta. “Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa?”
Quanto temos sido fiéis à mensagem de Jesus, ao seu evangelho?
Com que prudência temos nos mantido confiantes e perseverantes em sua transmissão?
Penso que, se vamos perdendo a esperança do cumprimento das promessas do evangelho, corremos o risco de perdermos o sentido de nossas vidas e nos entregamos aos prazeres mais fáceis, aqueles que alcançamos com facilidade, mas que não saciam nossas buscas mais profundas.
Peçamos ao Espírito Santo que mantenha em nós a esperança e que não deixemos de alimentar a todos com a palavra que leva até Jesus. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG