O encontro pessoal com o Ressuscitado (Mt 28,8-15)
6 de abril de 2015Coração em brasa e olhos abertos (Lucas 24,13-35)
8 de abril de 2015“Maria Madalena tinha ficado perto da entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, ela se abaixou, olhou para dentro e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus. Um estava na cabeceira, e o outro, nos pés. Os anjos perguntaram:
– Mulher, por que você está chorando?
Ela respondeu:
– Levaram embora o meu Senhor, e eu não sei onde o puseram!
Depois de dizer isso, ela virou para trás e viu Jesus ali de pé, mas não o reconheceu. Então Jesus perguntou:
– Mulher, por que você está chorando? Quem é que você está procurando?
Ela pensou que ele era o jardineiro e por isso respondeu:
– Se o senhor o tirou daqui, diga onde o colocou, e eu irei buscá-lo.
– Maria! – disse Jesus.
Ela virou e respondeu em hebraico:
– “Rabôni!” (Esta palavra quer dizer “Mestre”.)
Jesus disse:
– Não me segure, pois ainda não subi para o meu Pai. Vá se encontrar com os meus irmãos e diga a eles que eu vou subir para aquele que é o meu Pai e o Pai deles, o meu Deus e o Deus deles.
Então Maria Madalena foi e disse aos discípulos de Jesus:
– Eu vi o Senhor!
E contou o que Jesus lhe tinha dito.”
Na nossa vida, não são poucas as situações em que ficamos de fora, chorando. Assim Maria ficou, na entrada do túmulo de Jesus. Desconsolada por sua perda e paralisada na dor. No entanto, resolveu olhar para dentro. Quando olhamos para dentro começamos a enxergar, mesmo que ainda sem entender.
Maria viu os dois anjos. Sua posição, na cabeceira e aos pés, anunciavam a vitória de Jesus sobre a morte. Mas a dor não a deixava compreender ainda. Inicia-se o diálogo: “Mulher, por que você está chorando?” Tão difícil reconhecer os próprios sentimentos, dialogar sobre eles! Maria se expressou, e nos ensina a fazê-lo.
No entanto, não basta se expressar. Os sentimentos nos enganam, se ficamos só neles, criamos as nossas verdades, nem sempre condizentes com a verdade. “Levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram!” Ela viu Jesus, mas não o reconheceu. No entanto, continuou no diálogo. E nos ensina a continuar, a não desistir da oração até nos encontrarmos verdadeiramente com Jesus.
Ele é quem pergunta: “Quem é que você está procurando?” A quem procuramos quando oramos? Jesus ou uma imagem que temos dele? Qual é essa imagem? A quem procuramos no nosso dia a dia? Quando nosso coração chora? Quando a solidão bate? Quando parece que o sentido acabou?
Maria persevera na sua busca pelo Senhor e nos ensina a perseverar. O encontro, no entanto, é pura graça. “Maria!” Ele chama pelo nome, e seu chamado é único, não há como não reconhecer. “Mestre!” Pedir a graça desta experiência, de nos perceber chamados pelo nome, profundamente conhecidos e buscados pelo próprio Senhor, e neste encontro confessá-lo como Mestre e Senhor das nossas vidas.
O encontro com Jesus é íntimo e pessoal, mas não intimista e individualista. Não é para se fechar em si mesmo, mas para ir à comunidade anunciar, levar a Boa nova, a alegria a outros. “Não me segure”, diz Jesus, Aquele que nos faz seus irmãos (“Meu Pai e o pai deles”), filhos de Deus.
Que nosso anúncio possa ser como o de Maria: “Eu vi o Senhor!” após cada oração, cada Eucaristia, cada dia de encontro com Ele, a ponto de introduzir a outros nesta experiência geradora de Vida plena.
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner