A decisão é tua (Lc 5,27-32)
21 de fevereiro de 2015Uma só vontade – Mateus 6,7-15
24 de fevereiro de 2015Leitura: Mateus 25,31-46
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: `Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’. Então os justos lhe perguntarão: `Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ Então o Rei lhes responderá: `Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: `Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar’. E responderão também eles: `Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ Então o Rei lhes responderá: `Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna’.
Oração:
O evangelho de hoje traz a imagem do julgamento, alegoria tão divulgada na cultura judaico-cristã e mesmo em outras tradições. A cena parece opressora, mas apenas se não enxergamos a escolha que faz com que bodes e ovelhas se separem… A tristeza eterna é porque o Pastor tem um caminho e um lado.
E qual é o crivo? O que indica, quando vemos a bifurcação no caminho, qual vereda seguir? O evangelho de hoje traz a resposta: o critério é ter um raciocínio simples, um olhar atento, a atenção para os detalhes. Não descuidar do mais óbvio. Que pode ser mais óbvio que um faminto precisar de comida? Há algo mais óbvio que a necessidade de o sedento beber? Do nu ser vestido? Do doente ser cuidado? Do sem liberdade, preso, ser visitado?
Tenho a impressão que Jesus repreende os grandes empreendedores que somos às vezes. Sinto que Ele está criticando o desbravador que eu sou, conquistador de grandes terrenos. No final, Ele não tocou no assunto do grande construtor que eu sou, não aludiu às minhas grandes obras e raciocínios mais elaborados. Será que Ele não deseja grandes feitos, mesmo tendo dito que faríamos obras ainda maiores que as d´Ele? Será que Ele foi cínico quando disse que a messe era grande e agora desdenha dos meus grandes esforços?
Vejo Jesus me dizendo para olhar o campo, mas tocar o grão da terra. Lutar contra as grandes injustiças, mas me treinar a não cometer as menores. Vejo Jesus querendo tornar o mundo uma família, mas escolhendo doze para estreitar os laços. Vejo Jesus com doze anos, no templo, querendo saber mais sobre o Pai, mas voltando a Nazaré com Maria e José, seus pais. Olho a Sua vida e entendo o convite a abraçar forte a vida de quem está perto de mim, pois só assim poderei abrir os braços para o resto do mundo. E vou me dando conta de que meus braços sempre estarão muito curtos para abraçar o resto do mundo se eles não se esticarem para o abraço de quem está tão perto.
João Gustavo H. M. Fonseca – estudante de Direito da UFMG, membro da Família Verbum Dei de Belo Horizonte.