Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram num povoado de samaritanos, para preparar hospedagem para Jesus. Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém. Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: ‘Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu 
para destruí-los?’ Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. E partiram para outro povoado. 

Para refletir…

Quando vemos tanta crueldade, a banalização da morte e mesmo algumas formas mais sutis e nem por isso menos prejudiciais do mal, talvez experimentemos a mesma vontade dos discípulos. Como seria boa uma intervenção extraordinária de Deus, uma amostra espetacular do seu poder, todos temendo não recebê-Lo…

Jesus, com a repreensão aos discípulos, diz-nos para ter calma. Enquanto caminha conosco para outro povoado, talvez tente explicar a razão de agir dos samaritanos… Talvez tente abrir nossos olhos, para que vejamos como, tantas vezes, somos nós a não dar abrigo. Se o fogo de Deus descesse, deixaria alguém sem se queimar?

A resposta é inútil, pois o fogo de Deus só desceu um pouco mais tarde, para que todos entendessem a Boa Nova, que é esta: o Deus que se revela através de Jesus é um Deus que, inovando quanto ao tempo antigo, tem rosto, mas um rosto que fala de paz e de discrição. Sim! O caminho de Deus, através de Jesus, é um caminho quase invisível, pois as pegadas que Ele deixou são vivas, somos nós, e só serão vistas se nós permanecermos firmes no caminho, tais quais devem ser as marcas de quem pisa o chão se quer que alguém, adiante, encontre seus rastros.

 Hoje, que nossa oração nos ajude a ser fogo que se levanta do chão não para queimar, mas para aquecer e ser luz do mundo, pois assim Deus revela seu rosto e torna-se, para cada próximo, um pouco mais visível.

João Gustavo – Estudante de Direito – Família Missionária Verbum Dei