Somos as mãos de Deus
2 de agosto de 2020“O que torna alguém impuro é o que sai de sua boca…”
4 de agosto de 2020Segunda-feira, 03/08: 18ª semana do Tempo Comum
Mt 14,22-36
Leitura:
Procure ler o texto lentamente, atento a cada palavra e expressão. Guarde o trecho que mais lhe chamar a atenção.
O texto de hoje é a continuação do texto de ontem. Jesus despede as multidões depois de saciá-las e vai rezar sozinho. Durante a noite, ele encontra seus discípulos, que estão em um barco, ameaçados pela forte tempestade. Jesus caminha sobre o mar até eles e, duvidando de quem possa ser, os discípulos não o reconhecem. Pedro, ao ver que era o Mestre, pede que Jesus o leve até ele, caminhando sobre as águas. Jesus faz o que ele pede, mas Pedro duvida no meio do caminho e começa a afundar. Jesus o repreende por sua falta de fé e sua incredulidade contrasta com a das multidões daquela região que acreditavam tanto no poder de Jesus que eram curadas apenas por tocar a barra de suas vestes.
Meditação:
O que o texto diz para mim, hoje, a partir da situação pela qual tenho passado (minhas alegrias, tristezas, desafios, conquistas)?
O trecho do Evangelho de Mateus que ouvimos nesse dia fala diretamente de fé e incredulidade. Os discípulos acabaram de ouvir como Jesus saciara multidões com sua Palavra e depois com sua ação milagrosa, mas não são sequer capazes de reconhecer a figura de Jesus que caminha até eles. O desespero com a tempestade tem mais lugar no coração dos discípulos do que a fé em Jesus. Pedro, demonstrando de modo muito fiel a nossa humanidade, quer uma prova: se é mesmo o Senhor, ele quer então andar sobre as águas. Quando ele vê, no entanto, seu desejo realizado, o temos por testar o Senhor deve ter se apoderado de sua coragem e então o medo de novo supera a fé: Pedro começa a afundar. Jesus os repreende porque parece que qualquer coisa é mais forte do que a fé que eles tinham – e que acabara de ser alimentada ao presenciarem a ação de Jesus alimentando multidões apenas com alguns pães e peixes. Diferente dos discípulos são as multidões, que acreditam tanto em Jesus, que a elas basta tocar a barra de suas vestes para alcançarem a cura.
É importante pensar como anda a nossa fé: será que a deixamos adormecer diante de qualquer dificuldade será que dizemos que temos fé, mas vacilamos diante do primeiro desafio? Será que temos desejado provas para acreditar que o Senhor está conosco, mesmo em meio às maiores tempestades? Com frequência somos assim: dizemos ter uma fé inabalável, mas na primeira tribulação nos desesperamos e duvidamos da companhia do Senhor.
Oração:
A partir da Palavra meditada, apresente ao Senhor a gratidão de seu coração e também seus pedidos.
Senhor, pedimos que fortaleças cada vez mais a nossa fé a fim de que tenhamos a certeza de que estás conosco, ainda que a tempestade seja tão furiosa que nos impeça de reconhecer o seu resto. Dá-nos uma fé cada vez mais firme, para que possamos manter a tranquilidade e a calma mesmo quando enfrentamos os maiores desafios, porque a paz inabalável de quem crê em vós é vosso sinal mais expressivo. Que sejamos como as multidões fervorosas: basta-nos um pequeno sinal de vossa presença para alcançarmos grandes feitos. Livra-nos do risco de sermos como os vossos primeiros discípulos: tão próximos de vós em presença, mas tão distantes de vós em fé e confiança.
Contemplação:
A palavra meditada precisa também tornar-se ação. Como viver o que meditamos em nossa vida? Pense em ações concretas que possam surgir da meditação do dia de hoje.
Que possamos, neste dia e nos próximos, conversar com nossos amigos mais próximos sobre a fé em Jesus. Quem sabe possamos juntos reconhecer quando é que nossa fé tem vacilado? Faça uma avalição de quais têm sido as tribulações que você vem enfrentando e pense também em como você tem passado por elas: qual o limite para o seu desespero? Será que ele tem suplantado sua fé? O que fazer para que a sua fé se torne mais firme e resista diante das maiores ameaças?
Mariana Aparecida Venâncio (Juiz de Fora – MG)
Leiga, Teóloga, especialista em Sagrada Escritura, mestra em Literatura Brasileira e doutoranda em Estudos Literários. Oferece cursos bíblicos para paróquias das dioceses de Juiz de Fora, Leopoldina, São João Del Rei e Caratinga, em Minas Gerais.