Levante-se e ande (Jo 5,1-16)
8 de março de 2016Verdadeiramente acreditar (João 5, 31-47)
10 de março de 2016
Is 49,8-15
Isto diz o Senhor:
‘Eu atendo teus pedidos com favores e te ajudo na obra de salvação; preservei-te para seres elo de aliança entre os povos, para restaurar a terra, para distribuir a herança dispersa; 9para dizer aos que estão presos: ‘Saí!` e aos que estão nas trevas: ‘Mostrai-vos`. E todos se alimentam pelas estradas e até nas colinas estéreis se abastecem; 10não sentem fome nem sede, não os castiga nem o calor nem o sol, porque o seu protetor toma conta deles e os conduz às fontes d’água. 11Farei de todos os montes uma estrada e os meus caminhos serão nivelados. 12Eis que estão vindo de longe, uns chegam do Norte e do lado do mar, e outros, da terra de Sinim’. 13Louvai, ó céus, alegra-te, terra; montanhas, fazei ressoar o louvor, porque o Senhor consola o seu povo e se compadece dos pobres. 14Disse Sião: ‘O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-se de mim!’ 15Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti.
ORAÇÃO
O texto de hoje é uma perfeita declaração de Amor de Deus para conosco. É um alento em meio ao sofrimento, à angústia, ao “deserto”.
Chamam a atenção dois aspectos: o modo como Deus se coloca no texto e a maneira como percebemos essa presença. Quantas vezes em nossas vidas, sobretudo nos momentos de dor, temos a impressão de Deus se afastar, silenciar-se, deixar que as coisas aconteçam à revelia de Seus planos?
A partir das palavras do próprio Deus no livro de Isaías, vemos que, na verdade, somos nós que nos desertificamos, somos nós que ficamos inóspitos e deixamos de ser morada dEle. A presença de Deus em nossa vida é delicada, não funciona pela imposição. Instituindo o livre arbítrio, o Pai espera pacientemente até que abramos espaço para que ele possa fazer morada.
Por outro lado, como é bonita a forma como Deus se coloca no texto. Assim, ganha importância a palavra “confiança”. Deus se mostra ao seu povo como alguém com quem sempre se pode contar. Alguém que jamais trai, que nunca abandonaria, por mais difícil que a caminhada possa parecer e por mais pesados que os erros possam ser. Conforme as palavras em Isaías, mesmo que seja difícil imaginar uma mãe que abandona o seu filho, seria mais fácil isso acontecer que o Pai se afastar de nós por vontade dEle mesmo. Isso porque o Seu Amor supera até mesmo o caráter incondicional do amor de mãe.
Precisamos aprender a confiar um pouco mais nessa presença tão afetuosa, acreditar no poder transformador de Deus. Só assim, conseguiremos atravessar a sequência infindável de tempestades que encontraremos pela frente. A presença de Deus não só faz a nossa vida ter mais e verdadeiro sentido, mas também torna possível trilhar os caminhos mais tortuosos e, ainda assim, nos mantermos alegres.
Em nossa impotência humana, fraquejamos e perdemos nossa sensibilidade para sentir Deus de nosso lado. Muitas vezes, rezamos, pedimos e falamos tanto que perdemos até mesmo a capacidade de ouvir a voz do Pai. Mas ele sempre está por perto.
A aliança citada no texto é uma metáfora que pode sugerir a vinda de Jesus ao mundo e a libertação sobre a qual se fala é a libertação do pecado, de nossas mesquinharias. Em outras palavras, Deus é capaz das ações mais impactantes para ficar perto de nós.
Em contrapartida, o povo de Sião se sente inseguro, abandonado, pois se encontra em meio à miséria. Trata-se de uma fraqueza facilmente entendida, tendo em vista a situação de impotência que vivemos como seres humanos e o longo tempo que esse povo já vivera após a dominação. Em nossos momentos de fraqueza, também nós esquecemos da confiança que devemos depositar Deus.
Precisamos nos fortalecer e lembrar de que até as maiores dificuldades funcionarão como caminhos para atingirmos os verdadeiros ideais. Mergulhados no Amor de Deus, até os caminhos mais difíceis se tornam viáveis.
Amém!