O grão de trigo
10 de agosto de 2015Ligar e desligar…
12 de agosto de 2015Leitura: Mt 18, 1-5.10.12-14
Naquele momento os discípulos chegaram perto de Jesus e perguntaram:
– Quem é o mais importante no Reino do Céu?
Jesus chamou uma criança, colocou-na na frente deles e disse:
– Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do Céu. A pessoa mais importante no Reino do Céu é aquela que se humilha e fica igual a esta criança. E aquele que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará recebendo a mim. Cuidado, não desprezem nenhum destes pequeninos! Eu afirmo a vocês que os anjos deles estão sempre na presença do meu Pai, que está no céu. O que é que vocês acham que faz um homem que tem cem ovelhas, e uma delas se perde? Será que não deixa as noventa e nove pastando no monte e vai procurar a ovelha perdida? Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando ele a encontrar, ficará muito mais contente por causa dessa ovelha do que pelas noventa e nove que não se perderam. Assim também o Pai de vocês, que está no céu, não quer que nenhum destes pequeninos se perca.
Oração:
Os amigos de Jesus queriam saber quem era o mais importante. Provavelmente tinham em mente o tipo de organização dos reinos da terra: eram importantes os reis, que governavam; os soldados, que compunham os exércitos; também tinham importância os agricultores, que garantiam o sustento. No Reino do Céu, quem teria mais prestígio? Quem importaria mais? Quem se sobreporia?
Jesus não aponta um cargo de importância. Tampouco informa o nome de um de seus amigos, conforme talvez esperassem. Jesus aponta uma forma: é mais importante no Reino quem se assemelha a uma criança.
A criança não se pergunta por sua utilidade. Ela não tem títulos, não tem propriedades, não tem cargos, não tem prestígio. A criança é cuidada por ser criança, por ser frágil. A criança faz perguntas, mas tem todo tempo do mundo para receber a resposta. A uma criança se responde conforme ela pode entender naquela fase de seu desenvolvimento. A criança ouve atenta, cresce e faz novas perguntas. A criança cai, se machuca e chora só no tempo da dor. Ela volta a correr. Ela tem pais para quem correr. Para a criança, seus pais podem tudo e ela sabe que eles farão tudo por ela.
Jesus não aponta quem é o mais importante, mas aponta o que é mais importante para que estejamos no centro do Reino, para que ocupemos o centro da atenção do Pai. É preciso que nos relacionemos com o Pai como uma criança. Não porque o Pai nos queira infantis… Para Ele, na verdade, por mais velhos que sejamos, seremos sempre crianças, isto é, sempre carentes de muito cuidado e recebedores de seu grande Amor.
Hoje a Palavra nos convida a questionar nossa postura em relação ao Pai do Céu: chego ao Pai trazendo a lista das minhas boas ações, dos meus méritos, do meu sucesso? Trato-o como se fosse meu chefe? Ou me aproximo do Pai como uma criança, que tem nada senão seu próprio abraço para dar? Chego como a criança que se machucou e precisa de colo? Aproximo-me como a criança que teve pesadelo e não quer dormir sozinha? Enfim, venho com a noção da minha pequenez e a confiança Naquele que eu procuro?
Santa Teresinha do Menino Jesus nos ajude a colher da oração com a Palavra o fruto da confiança plena no Pai e a vontade de sermos filhos cada vez mais pequeninos em seus braços.
João Gustavo H. M. Fonseca, graduando em Direito na UFMG e membro da Família Missionária Verbum Dei