A construção do Reino (Lc 17, 7-10)
11 de novembro de 2014Revelemos o Reino que já está! (Lc 17, 20-25)
13 de novembro de 2014Lc 17, 11-19
Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galiléia. Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam à distância, e gritaram: ‘Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!’ Ao vê-los, Jesus disse: ‘Ide apresentar-vos aos sacerdotes.’ Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano. Então Jesus lhe perguntou: ‘Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?’ E disse-lhe: ‘Levanta-te e vai! Tua fé te salvou.’
De acordo com os costumes da época, os doentes descritos na passagem estavam excluídos do convívio social. Os doentes incuráveis se moviam em grupos. Gritam Jesus porque não podiam se aproximar. Em caso de cura, para que houvesse a reincorporação à sociedade, era necessário que o doente fosse examinado por um sacerdote, que opinaria a respeito da volta à convivência com a comunidade.
Jesus não quer apenas a cura física, que a reinserção e a libertação integral.
Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. Todos os dez ficaram curados, mas voltou para agradecer aquele que percebeu que estava curado. Esse trecho me marcou muito! Como perceber a cura? Como deixar de lado os lamentos e perceber as várias coisas boas que me acontecem? Aquela cura foi percebida pelo samaritano, pelo estrangeiro, porque provavelmente era algo muito importante pra ele. A que tenho dado importância primordial na minha vida? Será que tenho valorizado as coisas certas? Por outro lado, é verdade que conquistas positivas não anulam desfechos negativos, nem doenças, nem mal-estares. Então, como fazer para deixar que o saldo positivo tenha mais força?
Lendo e relendo a passagem tento visualizar cada um dos personagens. Com quem me identifico? Com o doente agradecido, que voltou? Com os outros nove que seguiram a diante? Com Jesus que fez tudo o que podia pelos doentes, que deu tudo de que eles precisavam?
Muitas vezes me sinto como os nove que não voltaram. Acho que seguiram adiante porque não se deram conta do que havia acontecido em suas vidas. Não prestaram atenção ao essencial e não puderam exercitar a gratidão e o amor. Deixaram de reconhecer que fizeram por eles algo pelo que não poderiam retribuir.
Que a oração de hoje possa ser caminho de verdade, de encontro com as nossas limitações, mas também com as nossas vitórias e conquistas, individuais e coletivas. Que saibamos reconhecer a cura, o caminho já percorrido. Que possamos nos colocar aos pés de Jesus para que seja Ele que nos diga quais são os próximos passos, quais devem ser as próximas lutas.
Pollyanna Vieira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG