Emanuel, Deus conosco!
8 de setembro de 2016Do que está cheio o coração? (Lc 6, 43-49)
10 de setembro de 2016“E Jesus fez estas comparações:
— Um cego não pode guiar outro cego. Se fizer isso, os dois cairão num buraco. Nenhum aluno é mais importante do que o seu professor. Porém, quando tiver terminado os estudos, o aluno ficará igual ao seu professor.
— Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: “Me deixe tirar esse cisco do seu olho”, se você não repara na trave que está no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave que está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seu irmão.”
O Evangelho de hoje é tão direto que dispensa muitos comentários. Vamos pedir a graça de não fugir ao que Ele quer nos mostrar.
Comecemos contemplando a imagem que Jesus nos apresenta: um cego guiando outro cego. Como seria? Entremos pouco a pouco nesta imagem. Quem sou eu aí? Estou observando a cena apenas? Sou um dos cegos? Quem é o outro? Em que situação vivo isso?
“Nenhum aluno é mais importante…” Uma outra tradução coloca: “Nenhum discípulo é maior do que o mestre; e todo discípulo bem formado será como o seu mestre.” Que bonito perceber que é esse o desejo de Jesus para nós. Entrar neste desejo e a partir dele deixar que nos faça as correções necessárias.
“Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho?” Os ciscos do irmão nos incomodam tanto, não é? Deixar que venha na nossa contemplação o que mais nos incomoda neste momento. Ver as cenas, ouvir as pessoas, sentir. Dialogar isso com Jesus. E pedir a graça de mudar de lugar na contemplação: ver com os olhos do outro, sentir como ele se sente com um cisco no olho. Ver a partir dos olhos de Jesus a madeira que está no nosso. O que me bloqueia a visão, Senhor? O que eu ainda não estou enxergando da minha relação com o outro que me incomoda, com o outro no qual vejo o cisco do olho?
Como é diferente ver as relações e entrar nelas a partir do olhar de Jesus e a partir do nosso! É esta a graça que devemos pedir, e beber a partir da oração.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner