Sinto-me feliz? (Mateus 13, 16-17)
26 de julho de 2014Mateus 13,31-35 – A parábola do jardineiro de pequenas sementes
28 de julho de 2014PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Pai, fonte de luz e calor, envia-nos tua palavra viva,
faze que a acolhamos sem medo e aceitemos ser abraçados por ela.
Venha tua palavra, Senhor,
e uma vez aceso em nossos corações teu fogo inextinguível,
seremos, nós mesmos, portadores desse fogo uns aos outros.
Ignacio Larrañaga[1]
TEXTO BÍBLICO: Mateus 13.44-52
O tesouro escondido
44 – O Reino do Céu é como um tesouro escondido num campo, que certo homem acha e esconde de novo. Fica tão feliz, que vende tudo o que tem, e depois volta, e compra o campo.
A pérola
45— O Reino do Céu é também como um comerciante que anda procurando pérolas finas. 46Quando encontra uma pérola que é mesmo de grande valor, ele vai, vende tudo o que tem e compra a pérola.
A rede
47— O Reino do Céu é ainda como uma rede que é jogada no lago. Ela apanha peixes de todos os tipos. 48E, quando está cheia, os pescadores a arrastam para a praia e sentam para separar os peixes: os que prestam são postos dentro dos cestos, e os que não prestam são jogados fora. 49No fim dos tempos também será assim: os anjos sairão, e separarão as pessoas más das boas, 50e jogarão as pessoas más na fornalha de fogo. E ali elas vão chorar e ranger os dentes de desespero.
Verdades novas e verdades velhas
51Então Jesus perguntou aos discípulos:
— Vocês entenderam essas coisas?
— Sim! — responderam eles.
52Jesus disse:
— Pois isso quer dizer que todo mestre da Lei que se torna discípulo no Reino do Céu é como um pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Padre Antonino Cepeda
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
Quantas comparações do Reino dos Céus Jesus fez? Quais? O que têm em comum aquele que encontrou o tesouro e o comerciante de joias? Que farão os anjos quando chegar o fim do mundo? Os discípulos entender as parábolas de Jesus?
Algumas considerações para uma leitura proveitosa…
Este texto corresponde à parte final do discurso parabólico de Jesus no Evangelho de Mateus. E está composto por três parábolas e a conclusão.
Jesus falava do Reino dos Céus, adaptando-se a seus ouvintes: ao lavrador, ao comerciante, ao pescador. No entanto, sempre compara o Reino a um acontecimento, não a uma coisa, expressando, com isso, que a pessoa que começa a participar do Reino não passa a possuir algo, mas entra em uma dinâmica de vida nova.
As duas primeiras parábolas estão construídas seguindo o mesmo esquema: encontra-se algo valioso, vende-se tudo o que se possui e se compra o que se encontrou. Tudo se torna relativo frente ao que é valioso, ao Reino dos Céus; dito de outra maneira, tudo adquire seu valor em relação ao Reino. É como se Jesus dissesse: “A salvação chegou a vocês, não a deixem passar!”
Além do mais, é preciso prestar atenção à alegria que se experimenta quando se encontra o que é valioso (v. 44). É a alegria que brota do encontro com Deus, que nos ama.
A parábola da rede, como a parábola do trigo e da cizânia, tem um sentido de transcendência, ou seja, refere-se ao fim dos tempos, ao juízo final. A pertença ou não ao Reino dos Céus é um fato decisivo em que se joga o futuro das pessoas.
A parábola da rede demonstra que para pertencer ao Reino dos Céus é necessário o discernimento. É oportuno selecionar os peixes: os que são bons serão conservados, e os que são maus, serão lançados fora. O livro do Levítico 11.9-12 proíbe o uso de peixes sem escamas ou barbatanas; por isso, os pescadores jogam fora os peixes inúteis. Não nos cabe julgar a respeito das pessoas; Deus é quem julgará a cada um segundo suas obras.
A conclusão é a chave para entender o discurso parabólico de Jesus. O mestre da lei, convertido ao Reino dos Céus, é semelhante a um dono de casa que tira de seu baú coisas novas e coisas velhas. Deste modo se estabelece a relação entre o ensinamento tradicional e o novo ensinamento de Jesus sobre o Reino dos Céus. Jesus é um homem sábio, que aceita o ensinamento tradicional, mas também oferece a novidade do Reino… Os discípulos deverão ser capazes de interpretar com sabedoria a Palavra de Deus, de descobrir nela a novidade de Jesus Cristo em sua pessoa e em sua mensagem.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
Na mensagem de Bento XVI para a XXVII Jornada Mundial da Juventude (2012), intitulada “Alegrai-vos sempre no Senhor!”, o Papa afirma que encontrar o Reino dos Céus é achar-se em uma relação de amor com Cristo, que se manifesta na alegria…
“A este ponto perguntamo-nos: como receber e conservar este dom da alegria profunda, da alegria espiritual?
“Um Salmo diz: ‘Põe no Senhor as tuas delícias; conceder-te-á os desejos do teu coração» (Sl 37.4). E Jesus explica que ‘o reino do céu é semelhante a um tesouro escondido no campo; um homem encontra-o e esconde-o; depois vai, cheio de alegria, vende todos os seus bens e compra o campo’ (Mt 13.44). Encontrar e conservar a alegria espiritual nasce do encontro com o Senhor, que pede para o seguir, para fazer a escolha decidida de apostar tudo nele. Queridos jovens, não tenhais medo de pôr em jogo a vossa vida dando espaço a Jesus e ao seu Evangelho; é o caminho para ter a paz e a verdadeira felicidade no nosso íntimo, é o caminho para a verdadeira realização da nossa existência de filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança.
“Procurar a alegria no Senhor: a alegria é fruto da fé, é reconhecer todos os dias a sua presença, a sua amizade: ‘O Senhor está próximo!’ (Fl 4.5); é repor nele toda a nossa confiança, é crescer no conhecimento e no amor a Ele. O ‘Ano da fé’, que daqui a poucos meses iniciaremos, ser-nos-á de ajuda e de estímulo. Queridos amigos, aprendei a ver como Deus age nas nossas vidas, descobri-o escondido no coração dos acontecimentos do vosso dia a dia. Acreditai que Ele é sempre fiel à aliança que estabeleceu convosco no dia do vosso Baptismo. Sabei que nunca vos abandonará. Dirigi com frequência o vosso olhar para Ele. Na cruz, ofereceu a sua vida porque vos ama. A contemplação de um amor tão grande leva nos corações uma esperança e uma alegria que nada pode derrubar. Um cristão nunca pode estar triste porque encontrou Cristo, que deu a vida por ele”.[2]
Agora perguntemo-nos:
Jesus é seu tesouro escondido? Você sente a alegria em seu espírito por tê-lo encontrado? Você daria tudo de si para conservar consigo esse tesouro?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Tu fabricaste este vaso de meu coração: santifica-o, pois;
esvazia-o da maldade que nele existe, enche-o com tua graça
e conserva-o pleno, para que seja templo perpétuo e digno de Ti
Dulcíssimo, benigníssimo, amantíssimo, caríssimo, potentíssimo,
desejadíssimo, preciosíssimo, amabilíssimo e belíssimo Senhor,
tu és mais doce do que o mel, mais branco do que a neve,
mais suave do que o maná, mais precioso do que as pérolas e o ouro,
e mais amado de minha alma do que todos os tesouros e honras da terra.
Santo Agostinho
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
O Reino dos Céus há de ser nosso tesouro… “Pois onde estiverem a suas riquezas, aí estará o coração de vocês” (Mt 6.21).
A que você está dedicando seu coração?
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Como discípulo do Senhor, entre em seu lugar secreto… e busque em você o novo e o velho que você tem; defina o que você deve descartar e o que você deve conservar… Peça ao Senhor que o acompanhe neste processo.
“O Coração de Jesus é um tesouro oculto e infinito, que outra coisa não deseja senão manifestar-se a nós”.
Santa Margarida Maria Alacoque
[2] http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/youth/documents/hf_ben-xvi_mes_20120315_youth_po.html