O Senhor me ouve quando eu o chamo
15 de abril de 2018“Eu sou o pão da vida”
17 de abril de 2018Evangelho Jo 6,22-29
22No dia seguinte, a multidão que estava no lado leste do lago viu que ali só havia um barco pequeno. Sabiam que Jesus não tinha embarcado com os discípulos, pois estes haviam saído sozinhos. 23Enquanto isso, outros barcos chegaram da cidade de Tiberíades e encostaram perto do lugar onde a multidão tinha comido pão depois de o Senhor Jesus ter dado graças. 24Quando viram que Jesus e os seus discípulos não estavam ali, subiram nos barcos e saíram para Cafarnaum a fim de procurá-lo.
25A multidão encontrou Jesus no lado oeste do lago, e perguntaram a ele:
— Mestre, quando foi que o senhor chegou aqui?
26Jesus respondeu:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres. 27Não trabalhem a fim de conseguir a comida que se estraga, mas a fim de conseguir a comida que dura para a vida eterna. O Filho do Homem dará essa comida a vocês porque Deus, o Pai, deu provas de que ele tem autoridade.
28— O que é que Deus quer que a gente faça? — perguntaram eles.
29 — Ele quer que vocês creiam naquele que ele enviou! — respondeu Jesus.
Bom dia, amigos. Bom dia, Trindade Santa.
No evangelho de hoje, vemos o povo demonstrar um comportamento bem semelhante ao nosso: procurar Jesus em virtude de nossas necessidades, procurar as bênçãos nos momentos de problemas. Como o próprio Mestre mostra, aquelas pessoas estavam em busca do atendimento de suas necessidades imediatas. Não estavam interessadas em amadurecer seus conhecimentos sobre as coisas de Deus.
Aquelas pessoas que procuravam em Jesus um milagreiro são encaminhadas por ele a buscarem outro tipo de alimento, capaz de nutrir definitivamente.
Vejo o mundo hoje, cada vez mais, mergulhado no imediatismo e, consequentemente, distanciando-se da profundidade, do pensamento maduro e da busca de relações sólidas. Em nosso discurso, dizemos que não queremos viver na superficialidade. No entanto, somos sufocamos pelo ritmo dessa “vida pós-moderna” e acabamos nos dedicando ao amadurecimento da alma vez por outra, sem a constância necessária para criar raízes. O problema é que, sem raízes, qualquer vento mais forte que sopre nos abala e “lá vamos nós de novo a pedir peixe e pão a Jesus”.
Seria interessante, hoje não pedirmos nada especial a Jesus. Façamos apenas uma reflexão sobre como anda nosso hábito de orar, de dialogar com Jesus …………(pense um pouco sobre isso).
Ao invés de pedir, façamos nossa proposta a nós mesmos de insistir um pouco mais na continuidade que uma boa oração exige. Coloquemos diante de Jesus nossa vontade de conversar com ele mais, com mais momentos de dedicação a isso. Coloquemos também a necessidade de manter o canal de comunicação aberto ao diálogo nos vários momentos de nosso dia a dia para escutar o que Ele tem a nos falar.
É preciso que encaremos Jesus como um companheiro constante. Uma verdadeira amizade não se consolida quando um dos participantes apenas procura o outro nos momentos de dificuldade, mas a partir da vontade de estar perto, de contar novidades, de partilhar a vida mesmo. Poder contar com Jesus como esse amigo com quem podemos partilhar nossas alegrias, nossas vitórias é tão importante quanto saber que podemos contar com Ele também em nossas necessidades.
Daí a necessidade da constância para que os vínculos criados se tornem mais fortes. Assim, nos momentos de grandes dificuldades, de possíveis desesperos, não seremos abalados além da conta, pois nossa confiança nEsse Amigo estará fortalecida e nós não vacilaremos.
Penso que esse contato constante nos leva a conhecer Jesus muito mais e, inclusive, a nos conhecermos melhor também, pois, quando falamos de nós para o “outro”, não nos apresentamos apenas para este com quem conversamos, mas também para nós mesmos. Assim, a conversa constante com Jesus nos apontará os pontos a trabalhar em nossa vida de fé e como fazê-lo para, assim, criarmos raízes sólidas.
Façamos da constância em nossos exercícios espirituais o caminho para que experimentemos cada vez mais a “comida” da qual Jesus nos fala no evangelho.
Amém!
Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte