“Vende todos os seus bens e compra aquele campo.”
27 de julho de 2016Você acredita nisso? (João 11,19-27)
29 de julho de 2016Leitura: Mateus 13, 47-53
Jesus disse:
— O Reino do Céu é ainda como uma rede que é jogada no lago. Ela apanha peixes de todos os tipos. E, quando está cheia, os pescadores a arrastam para a praia e sentam para separar os peixes: os que prestam são postos dentro dos cestos, e os que não prestam são jogados fora. No fim dos tempos também será assim: os anjos sairão, e separarão as pessoas más das boas, e jogarão as pessoas más na fornalha de fogo. E ali elas vão chorar e ranger os dentes de desespero.
Então Jesus perguntou aos discípulos:
— Vocês entenderam essas coisas?
— Sim! — responderam eles.
Jesus disse:
— Pois isso quer dizer que todo mestre da Lei que se torna discípulo no Reino do Céu é como um pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas.
Quando Jesus acabou de contar essas parábolas, saiu dali.
Oração:
Depois de um longo discurso no qual ensinava por meio de parábolas, Jesus dá a entender que, após suas palavras, haveria dois tipos de mestres da Lei: aqueles que continuariam sendo apenas mestres da Lei e os que se tornariam discípulos do Reino do Céu.
O mestre da Lei que é apenas mestre da Lei tem a marca da rigidez, pois é só um mestre da Lei. Para ele, a Lei é tudo – começo, meio e fim. Ele é “a boca da Lei”, como se dizia dos juízes nos séculos passados. O mestre da Lei não lê a lei com o Espírito. Para ele, o sábado é senhor do homem, por exemplo. Todos devem se enquadrar, se encaixar, se adaptar, se conformar. A Lei é sem vida e não é para a vida.
O mestre da Lei que se torna discípulo é diferente, e Jesus nos dá a imagem desse mestre: “é como um pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas”. Completemos a imagem pensando que se trata de um depósito de mantimentos, a despensa da casa desse pai de família. Na despensa da casa, encontram-se vários produtos: vinhos, queijos, pães, bolos… O pai de família que serve bem sua família e seus convidados sabe que alguns produtos estão velhos, mas podem ser servidos sem o menor problema, havendo até alguns que têm ainda mais sabor quanto mais o tempo tenha passado, como é o caso de alguns vinhos e queijos. Esse mesmo homem sabe que outros produtos, como pães e bolos, não devem ser servidos após decorrido tanto tempo, pois, além de não nutrirem, podem fazer mal ou mesmo matar sua família e convidados.
Se nós, cristãos e cristãs, levássemos a sério a imagem que Jesus propõe, com qual urgência não pediríamos ao Espírito o perfeito discernimento para tirar da despensa da tradição, da Palavra e da história da Igreja somente as coisas novas e velhas que ainda podem ser servidas aos convidados do banquete de hoje!? Quanta indigestão deixaríamos de causar?! Quantos enjoos, gastroenterites ou mesmo mortes espirituais seriam evitadas? Quanto sabor daríamos à vida uns dos outros! Quanta sensação boa de estômago cheio e energia nos daríamos!
Na oração de hoje, devo me perguntar: que tipo de “pai de família” eu sou na Igreja? Sirvo o vinho curtido pelo tempo e o queijo curado, que têm tanto sabor? Sirvo pão e bolo frescos, tirados do forno há pouco? Ou escondo o vinho e insisto em servir bolo e pães cheios de bolor, que tanto fazem mal àqueles a quem os ofereço?
A oração nos auxilie nesse propósito de ser mestres da Lei que tiram do depósito coisas velhas e novas e sabem colocá-las todas a serviço da alegria e da vida plena! Que sejamos bons trabalhadores do banquete cujo Anfitrião, que convidou todos os homens e mulheres, deseja saciar cada um de seus convidados com as delícias da verdade e do amor!
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte