Levantar-se
19 de novembro de 2020Fazer a vontade de Deus
21 de novembro de 2020Sexta-feira: 33ª Semana do Tempo Comum (20 de novembro)
Lc 19,45-48 – Coerência de fé
Leitura: O que o texto diz?
Continuamos meditando a sequência do capítulo 19 do evangelho de Lucas. Após chorar diante de Jerusalém, Jesus entra na cidade e vai ao Templo. Lá se revolta com os rumos que religião tinha tomado, ligada a uma prática lucrativa de sacrifícios de animais à custa da exploração do povo, sobretudo os mais humildes, e pouco inspirada pelo amor a Deus e ao próximo. Então expulsa os vendedores do local, pois está a serviço do Pai a fim de garantir um culto digno dele. Com esse gesto, atiça a revolta dos sumos sacerdotes e mestres da lei e, basicamente, assina sua sentença de morte.
Meditação: O que o texto me diz?
A prática da religião é institucionalizada e, como instituição, é comanda por homens sujeitos às paixões e encantos que o mundo oferece. Os líderes judeus caíram nesta armadilha. O exercício do judaísmo acabou se desviando de sua essência, daquilo que de fato seria a vontade de Deus; tornando-se um desumano esquema comercial rígido e muito lucrativo de práticas formais, num esquema bem articulado de poder econômico, político e religioso. Jesus se revolta com esse desvirtuamento da fé, fazendo um alerta à necessidade de mantermos vigilantes para não cairmos na tentação de afastar o exercício da nossa religião da vontade de Deus.
Oração: O que o texto me faz dizer?
Senhor, que nossa religião seja expressão de seu amor por nós. Que nossas práticas de fé sejam constantemente purificadas pela escuta atenta e obediente à sua Palavra, concretizadas em ações de amor e respeito a Deus, ao próximo e à criação. Que possamos sempre manter o frescor evangélico através da busca constante e criativa de sua vontade em nossa vida.
Contemplação: O que o texto faz em mim?
Este texto nos questiona a analisar a coerência de nossa fé e daquilo que fazemos em nome dela. Nos desperta a consciência de estarmos atentos para perceber que algumas propostas de alguns “líderes” religiosos, tendo como pano de fundo a vontade de Deus, pode não fazer parte de seu projeto para a humanidade, pois a vontade humana, alimentada por intenções nada religiosas, pode se sobrepor à divina. Por isso, a fim de caminharmos com mais certeza pelas estradas da fé, é importante buscar o discernimento de nossas práticas nas fontes de nossa crença: a Palavra, a Tradição e o Magistério.
Ação: O que eu posso fazer a partir do texto?
Somos discípulos de Jesus, convocados a ouvir sua voz e seguir seus ensinamentos. Diante de um mundo com uma vasta gama de propostas e práticas religiosas, que muitas vezes nos distraem do que é essencial em termos de fé, é nosso dever buscarmos ser fieis à voz do mestre, nos afastando de tudo aquilo que não é vontade de Deus. Para isso é importante cuidarmos de nossa formação, buscarmos harmonizar fé e razão numa coerência entre crença e prática. Este é nosso compromisso de cristãos autênticos.
Pe. Marlone Pedrosa – Paróquia de Nossa Senhora da Conceição ( Diocese de Caratinga – MG) – Comissão para Animação Bíblico-Catequética – Regional Leste 2