O fermento dos fariseus e o fermento de Herodes (Mc 8,14-21)
14 de fevereiro de 2017Quem dizeis que eu sou? Mc 8, 27-33
16 de fevereiro de 2017Depois Jesus e os discípulos chegaram ao povoado de Betsaida. Algumas pessoas trouxeram um cego e pediram a Jesus que tocasse nele. Ele pegou o cego pela mão e o levou para fora do povoado. Então cuspiu, passou a saliva nos olhos do homem, pôs a mão sobre ele e perguntou:
— Você está vendo alguma coisa?
O homem olhou e disse:
— Vejo pessoas; elas parecem árvores, mas estão andando.
Jesus pôs outra vez as mãos sobre os olhos dele. Dessa vez o cego olhou firme e ficou curado; aí começou a ver tudo muito bem. Em seguida, Jesus mandou o homem para casa e ordenou:
— Não volte para o povoado!
Oração:
Querida Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, me coloco mais uma vez e em oração. Sei que estás em mim, por isso quero nesse exercício diário, preparar-me melhor a cada dia para poder sentir-te, tal como sois, plenamente, segundo a vossa vontade. Doce Espírito, quero me deixar conduzir por ti, para que eu possa caminhar segundo a vosso desejo.
As primeiras palavras do evangelho de hoje já me chamam muito atenção. “… Algumas pessoas trouxeram um cego…” O cego tinha amigos, familiares, pessoas que lhe queriam bem. Pessoas que o levaram para um encontro com Jesus, que talvez ele ainda nem conhecesse. Então fico pensando como é importante a vida comunitária. Como é importante assumir meu papel de amigo, filho, esposo e tantos mais que o Senhor me confiar, com sabedoria, humildade e disposição para servir. Então podemos nos perguntar: Como me sinto hoje? Onde me vejo nessa narração. Como as pessoas que levaram o homem até Jesus? Como o cego que foi levado? Pois no nosso meio é assim. Estamos sempre precisando ser levado a Jesus ao mesmo tempo que o meu próximo também. Então creio que é abraçados, apoiados uns aos outros que devemos seguir esse caminho para chegar à Jesus. E ser tocados também por Ele.
Como seria difícil para aquele homem com deficiência visual chegar até Jesus se ele não tivesse tido ajuda. As vezes isso nos passa também. De outras maneiras, ficamos cegos. Voluntária ou involuntariamente vamos permitindo que nossos visão de Jesus fique embaraçada, longínqua, trémula até não ver mais Jesus. Até não senti-lo mais presente em nosso vida. E o que faz com que isso aconteça? A correria dos afazeres rotineiros? Minha autossuficiência? O medo de abraçar a missão de discípulo e consequentemente a cruz? Os motivos podem ser muitos… Mas é bom conhece-los um a um, das nomes a eles, assumi-los na nossa pequenez e pedir ajuda a Jesus que nos ajude superá-los para poder enxergar e sentir Jesus cada dia mais perto, mais intenso em nossas vidas.
Outro fato importante no texto que me chamou a atenção é que Jesus tocou aquele homem, mas ele ainda não enxergava plenamente. Tinha ainda uma visão embaçada… E olhando para minha vida penso que isso também se passa comigo. Superamos alguns obstáculos para chegar a Jesus, que é ótimo, mas ao chegar até Ele, não permitimos que seu amor atue como poderia. Pode ser que nesse encontro, tenha sido muito breve, talvez nem tenhamos parado para um abraço, um ato carinhoso, tenhamos apenas passado por Ele, e então nossa visão não está perfeita ainda.
Sinto que Jesus deseja estar conosco, sentir nosso abraço nesse encontro. Sinto que ele quer tempo… tempo de estar, atuar, ensinar, amar, curar… Penso que podemos viver mais intensamente esse encontro íntimo com Jesus no exercício da oração diária com a palavra, na escuta atenta e misericordiosa dos seus ensinamentos, no silêncio, na presença de Jesus eucarístico. Esforcemo-nos para viver esses momentos e disfrutar com sabedoria as oportunidades de viver cada um deles.
“Jesus pôs outra vez as mãos sobre os olhos dele…” Sentindo a mão de Jesus, que representa seu amor, seu bem querer, sua misericórdia, sua benção, em nossa vida, façamos como aquele homem: “ … Dessa vez o cego olhou firme e ficou curado.” Olhemos firmes para o futuro, eternidade e dom de Deus, para encontrar a força e a coragem para entregar nossa vida na construção do reino, mas também olhemos firme para o nosso presente, para que possamos enxergar nossa realidade, que precisa de nosso trabalho, dedicação e compreender onde Deus me confia atuar e ajuda-lo agora.
Maria, mãezinha querida, te pedimos que seja nossa companheira. Queremos seguir seu exemplo sempre. E quando nós não estivermos mais enxergando, nos leve outra vez à Jesus… Sei que isso é o que a Senhora faz com perfeição!!!
Amém
Willian M. da Fonseca – Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte