Vem para o meio (Mc 3, 1-6)
18 de janeiro de 2018Providências da família de Jesus
20 de janeiro de 2018Jesus subiu um monte, chamou os que ele quis, e eles foram para perto dele. Então escolheu doze homens para ficarem com ele e serem enviados para anunciar o evangelho. A esses doze ele chamou de apóstolos. Eles receberam autoridade para expulsar demônios. Os doze foram estes: Simão, a quem Jesus deu o nome de Pedro; Tiago e João, filhos de Zebedeu (a estes ele deu o nome de Boanerges, que quer dizer “Filhos do Trovão”); André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o nacionalista; e Judas Iscariotes, que traiu Jesus.
Peçamos ao Espírito Santo, nosso guia sempre presente, conduzir-nos neste momento de oração, iluminando nosso entendimento no amor e na busca da justiça do Reino.
De acordo com o texto de hoje, foi dada aos apóstolos uma só autoridade, a de expulsar demônios. Essa autoridade é a base para o anúncio do evangelho? Ou o anúncio do evangelho é que concede essa autoridade?
São Paulo, na primeira carta aos Coríntios, capítulo 13, diz que tudo passa, somente fica o amor. O amor permanece. Ele é eterno. O anúncio do evangelho é, exatamente, anunciar o amor de Deus e onde o amor de Deus entra não há espaço para demônios.
Hoje, a oração levou-me a pensar nos demônios existenciais que produzimos por diversas razões, quase sempre ligadas aos nossos pecados de raiz: orgulho, egoísmo, vaidade etc. Mais precisamente, quando nossas ações são expressão do não amor de Deus.
O anúncio do evangelho é, sobretudo, conscientizar as pessoas de que todos esses pecados vêm de nossa insegurança. Inclusive, a insegurança foi a chave utilizada pela serpente no relato da queda humana, narrada no livro do Gênesis: “Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal” (Gn 3,5).
Em contraposição, Jesus se utilizou da sua segurança no amor do Pai para não cair em tentação: “as Escrituras Sagradas afirmam que o ser humano não vive só de pão” (Lc 4,4), “as Escrituras Sagradas afirmam: ‘Adore o Senhor, seu Deus, e sirva somente a ele’ ” (Lc 4, 8) e “as Escrituras Sagradas afirmam: ‘Não ponha à prova o Senhor, seu Deus’ ” (Lc 4,12).
Jesus é, Ele próprio, a Boa Nova. Ele é a mensagem e o mensageiro. Sua maneira de anunciar a boa nova foi muito prática. Ele acolhia e mostrava, por ações concretas, que o amor de Deus é para todos, principalmente para os mais necessitados: “Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu vim para chamar os pecadores e não os bons” (Mc 2,17b).
Jesus, dessa forma, faz com que percebamos não haver razão para nossas inseguranças, para nossos medos. Ele está presente e nos acolhe. Não há nada, nenhum mal que possa nos separar do Seu amor.
Essa maneira prática com que Jesus anunciava o evangelho é o centro da minha oração de hoje. O que fazemos para expulsar os demônios que se instalam toda vez que alguém sofre bullying, que alguém é rejeitado por sua orientação sexual, sua cor, sua condição social, sua crença e sua religião? O que fazemos para expulsar os demônios que se instalam nas asas das fofocas em nosso ambiente de trabalho, na escola, na família ou na paróquia? O que fazemos para expulsar os demônios que se instalam nas notícias falsas (fake news), nas mensagens carregadas de ódio ou ironia, tão comuns atualmente nas redes sociais?
Recentemente, vi um vídeo, enviado em um grupo de whatsapp, que me encantou muito. Roberto Bertoli, um italiano, ao ouvir as histórias da pobreza do Brasil, narradas por padres missionários de seu país que aqui vinham morar, movido por compaixão, veio para o Brasil e instalou uma instituição de assistência social na região de Barbacena. Essa instituição acolhe crianças e adolescentes carentes e lhes dá condições de crescer com dignidade. Enfim, o que chamou minha atenção, e que tem relação com minha oração de hoje, é a explicação de Roberto sobre os três pilares que estruturam o projeto: amar, educar e profissionalizar. A respeito do primeiro pilar, ele diz: “porque é o princípio de tudo. Um menino, quando chega, ele precisa se sentir acolhido, porque, sem acolhida, seu coração não está liberto para ser educado”.
Para mim, esse foi um grande exemplo de anúncio prático do evangelho. Bem aos moldes de Jesus. Não tenho dúvida de que muitos demônios estão sendo expulsos do coração desses jovens acolhidos.
Que lição podemos aprender com esse gesto e essas palavras?
Maria, querida mãezinha, mestra do acolhimento do amor de Deus, caminhe conosco e nos auxilie a seguir as pegadas de seu filho. Amém!