Ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu – Lc 10,17-24
5 de outubro de 2013Alegra-te favorecida, o Senhor está contigo! – Lc 1, 26-38
7 de outubro de 2013LECTIO DIVINA
Vigésimo Sétimo Domingo do Tempo Comum – Ano C
06 de outubro de 2013
Lucas 17.5
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Santo e divino Espírito!
Já não quero viver para mim;
Desejo consagrar minha vida
a agradar-vos e a amar-vos por inteiro.
Suplico-vos que me concedais o dom da oração.
Vinde, vós mesmo, ao meu coração,
e ensinai-me a orar
seguindo vossa inspiração.
Dai-me fortaleza para ser constante,
e superar o cansaço e a aridez.
S. Afonso Maria de Ligório
(fragmento) [1]
TEXTO BÍBLICO: Lucas 17.5-10
A fé
5Os apóstolos pediram ao Senhor:
— Aumente a nossa fé.
6E ele respondeu:
— Se a fé que vocês têm fosse do tamanho de uma semente de mostarda, vocês poderiam dizer a esta figueira brava: “Arranque-se pelas raízes e vá se plantar no mar!” E ela obedeceria.
O dever do empregado
7Jesus disse:
— Façam de conta que um de vocês tem um empregado que trabalha na lavoura ou cuida das ovelhas. Quando ele volta do campo, será que você vai dizer: “Venha depressa e sente-se à mesa”? 8Claro que não! Pelo contrário, você dirá: “Prepare o jantar para mim, ponha o avental e me sirva enquanto eu como e bebo. Depois você pode comer e beber.” 9Por acaso o empregado merece agradecimento porque obedeceu às suas ordens? 10Assim deve ser com vocês. Depois de fazerem tudo o que foi mandado, digam: “Somos empregados que não valem nada porque fizemos somente o nosso dever.”
1. LEITURA
Que diz o texto?
Pe. Daniel Kerber
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
Para que os apóstolos pedem ao Senhor que lhes aumente a fé? Que exemplo Jesus dá a seus discípulos sobre o poder da fé? Qual deve ser a atitude dos discípulos?
ü Algumas considerações para uma leitura proveitosa…
Jesus, a caminho de Jerusalém, foi ensinando a seus discípulos através de parábolas (Lc 15–16). No domingo passado, com a parábola do rico e do pobre Lázaro, ensinou a seus discípulos a precaver-se contra ser ambiciosos e acumular riquezas. Em seguida, continuou a insistir sobre a exigência do Reino, em tornar-nos responsáveis e em que nos perdoemos mutuamente (Lc 17.1-4).
A passagem de hoje tem duas partes: na primeira (vv. 5-6), os apóstolos pedem a Jesus que os faça crescer na fé; na segunda (vv. 7-10), Jesus ensina-os a ser servos.
Diante das exigências apresentadas nas parábolas do capítulos 16 – a do administrador astuto (vv. 1-14) e a do rico e do pobre Lázaro (vv. 19-31) – e do mandato de perdoar “até sete vezes por dia!” (17.4), não surpreende que os apóstolos peçam a Jesus: “Aumente nossa fé”. Os discípulos estão conscientes da exigência do seguimento de Jesus, da fragilidade que experimentam (cf. 12.28) e lhe pedem ajuda.
A resposta de Jesus assemelha-se a uma repreensão: “Se a fé que vocês têm fosse do tamanho de uma semente de mostarda, vocês poderiam dizer a esta figueira brava: ‘Arranque-se pelas raízes e vá se plantar no mar!’ E ela obedeceria”. A pequeneza do grão de mostarda era proverbial. Naturalmente não se deve tomar ao pé da letra a comparação feita por Jesus. Não é que a fé permita “fazer magia”; não é a isto que Jesus se refere, mas à confiança radical nAquele que chama e envia (“apóstolos”, v. 5, quer dizer literalmente “enviados”).
Na segunda parte, Jesus, através de uma parábola, ensina os discípulos a não julgar-se merecedores de prêmios ou de elogios (coisa que acontecia a muitos fariseus). A justificativa é feita por meio de três perguntas que trazem uma resposta implícita (vv. 7,8,9). A situação supõe a cultura de escravidão da época, na qual o escrava não esperava a gratidão ou o reconhecimento de seu patrão (a sensibilidade de hoje é bem diferente perante esta situação), mas fazia o que tinha de fazer.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
O centro para o qual Jesus aponta é o desinteresse pela recompensa no agir: ele convida à gratuidade do serviço, porque como ele mesmo disse: “Mas entre vocês eu sou como aquele que serve” (Lc 22,27). Agora, tomemos como base de nossa meditação as palavras do Papa Francisco, pronunciadas na homilia da Santa Missa celebrada na Basílica do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na Jornada Mundial da Juventude – Rio 2013:
“Quantas dificuldades na vida de cada um, no nosso povo, nas nossas comunidades, mas, por maiores que possam parecer, Deus nunca deixa que sejamos submergidos. Frente ao desânimo que poderia aparecer na vida, em quem trabalha na evangelização ou em quem se esforça por viver a fé como pai e mãe de família, quero dizer com força: Tenham sempre no coração esta certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados! Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações! O ‘dragão’, o mal, faz-se presente na nossa história, mas ele não é o mais forte. Deus é o mais forte, e Deus é a nossa esperança”.[2]
Agora perguntemo-nos:
Sua fé é de convicção ou de tradição? Você crê no poder da fé? Quais são as motivações ou os interesses pelos quais se “serve” ao Senhor? Há um interesse de recompensa ou de mérito? Ou simplesmente estamos alegres com ter um patrão tão bondoso?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Consciente de que a fé é um dom de Deus, devo pedi-la e preparar-me para recebê-la, mas o concedê-la é assunto de Deus. Elevemos nossa súplica ao Pai com a oração que São Clemente Maria Hofbauer rezava e a recomendava:
Ó Jesus Redentor, autor e consumador da nossa fé,
nós vos suplicamos do fundo dos nossos corações contritos e humilhados,
que não permitais que a bela luz da fé se extinga em nós.
Ó Jesus, autor e consumador da nossa fé,
guardai-nos na barca de Pedro, fiéis e obedientes a seus sucessores, a fim de que a unidade da Igreja se conserve intacta,
a santidade seja fomentada e estendida para o bem de todos os povos.
Concedei-nos a paz e a unidade.
Confortai-nos e conservai-nos em vosso santo serviço,
para que por vós e em vós vivamos sempre.
Amém.
São Clemente[3]
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
O Senhor convida-nos a ter fé, a sentir que nos achamos em suas mãos e ali estamos seguros; por isso dizemos:
“Creio, Senhor, mas aumenta minha fé.”
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Comprometo-me aproximar-me da Sagrada Escritura para poder crescer na fé de que Jesus nos fala.
Como posso partilhar minha experiência de fé com meus amigos? A fé em Jesus me motiva a servir? Que respondo quando questionam minha fé? Que coisas posso fazer pelos outros, durante esta semana, sem esperar nada em troca?
“É próprio da fé
fazer-nos humildes nos êxitos felizes
e tranquilos nas adversidades”.
Santa Clara