E o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Lucas 1, 26-38)
25 de março de 2014Pelo dedo de Deus (Lucas 11,14-23)
27 de março de 2014“”Não pensem que eu vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim abolir, mas dar-lhes pleno cumprimento.
Eu garanto a vocês: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem sequer uma letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo aconteça.
Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazer o mesmo, será considerado o menor no Reino do Céu. Por outro lado, quem os praticar e ensinar, será considerado grande no Reino do Céu.””
O que é “cumprir” a Lei? A palavra “obediência” vem de ob-audire, que significa “escutar”. Escuta-se no diálogo. É uma questão de relação, portanto. Como o Filho deu “pleno cumprimento” à Lei e aos Profetas e nos ensina a obedecer? Na sua relação com o Pai. Jesus viveu para o Reino de Deus porque viveu para o Deus do Reino. Ao Pai chamava de “Abbá”, Paizinho, intimidade que escandalizava alguns e provocava o desejo de outros, que lhe pediam: “Senhor, ensina-nos a orar”.
Este pode ser o pedido da nossa oração de hoje: Senhor, ensina-nos essa oração geradora de obediência, totalmente contrária a um legalismo que paralisa a nós mesmos e a outros. “A letra mata, mas o Espírito dá a vida” (2 Cor 3,6) O chamado de Jesus a nós no Evangelho de hoje, por um lado, nos previne do relativismo do nosso tempo, do “tudo pode” que tanto vazio provoca.
Por outro, que nos pôr em seu caminho, o caminho do Filho amado obediente. São Paulo dizia: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém” (1 Cor 6,12). Como discernir? Como Jesus, na constante relação com o Pai. Uma relação que tem como base a confiança que vem da experiência de filhos muito amados, que sabem (saboreiam) que o que o Pai quer para nós é a vida plena.
A primeira leitura de hoje (Dt 4,1. 5-9) diz: “E agora, Israel, escuta as leis e os costumes que eu mesmo vou ensinar-vos a pôr em prática: assim vivereis e entrareis para tomar posse da terra que vos dá o Senhor, o Deus de vossos pais”. E conclui: “Que, em todos os dias da tua vida, elas não saiam do teu coração”. Os ensinamentos de quem nos ama não saem do nosso coração. E os queremos dar a conhecer a outras pessoas, porque são o melhor de nós.
Peçamos ao Espírito a graça de que seja assim a nossa vivência da Palavra.
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner.