Leitura Orante 26/03/2020

Jo 5, 31-47

1. O que o texto diz?

Em mais um momento de encontro com a Palavra de Deus, acalmemos nossa mente, nosso coração. Vamos deixar que o Espírito Santo, mais uma vez, conduza nossa caminhada com Jesus. Ele, nesse trecho do Evangelho de João, fala àqueles que procuram sua condenação, por conta da cura do paralítico na piscina de Siloé, em dia de sábado. Os judeus que se mostram descontentes com a atitude de Jesus, tinham uma grande devoção pelo sábado. Para eles, esse era um dia santo, separado para Deus, dia do descanso e não de trabalho. Eles estão presos à leitura humana das coisas, defendem o cumprimento da Lei de forma rubricista. Jesus, no entanto, está ligado às obras de Deus, à grande Obra do Pai que é o Amor, não está preocupado com o respeito ao tempo, mas com a condição da vida humana. O texto nos apresenta o cenário de um julgamento, onde Jesus não tem quem o defenda, não há ali ninguém que dê testemunho a favor Dele. Não podendo ser Ele seu defensor, Ele recorre à única instancia que pode ajudá-lo, as obras. Se Jesus não pode falar por si, Ele deixa que suas obras, que estão em consonância com a Obra de Amor do Pai. Ao realizar as obras do Pai, Jesus atesta que é enviado por Deus e contra esse envio não há argumento. Os corações duros daqueles homens buscam a glória humana, mas o de Jesus se esvazia para servir a Deus e isso se comprova na sua vida devotada a amar quem o Pai ama.

• O que o texto me diz?

Deixemos que esse discurso de Jesus adentre e se assente nos nossos corações. Nosso Mestre se apresenta como um realizador da Obra de Amor do Pai. O que essa missão de Jesus fala sobre a nossa? Jesus é Aquele que Salva, liberta o homem da muitas amarras que impõe a si mesmo. Diante dessa vocação abraçada por Jesus, como enxergamos a nossa? Diante dos que o acusam, Jesus tem em sua defesa sua própria vida, suas ações e intenções. E nós, o que nossa vida diz sobre nós mesmos? Em que direção nossas ações apontam? Olhando para as atitudes de amor vividas ao extremo pelo Senhor, deixemos que a Palavra nos direcione, nos ajude a perceber como nosso testemunho de cristãos tem sido exercido.

• O que o texto me faz dizer?

Diante da nossa reflexão, precisamos corresponder à mensagem de Deus. Com toda a humildade, reforcemos nosso SIM ao Senhor. Como quem se reconhece amado por Deus, por ter sido chamado por Ele, digamos o quanto desejamos servi-lo, abarcar sua Obra de Amor. No entanto, nos reconhecemos como limitados, necessitados de sua força e orientação. Portanto, peçamos a Ele sua graça, peçamos a perseverança e a disponibilidade testemunhadas por Jesus para que, com Ele, nossa vida seja testemunha do seu Amor.

• Contemplação

Confiantes de que Deus ouve nosso apelo, de que Ele volta Seu olhar de amor para nós, contemplemos a beleza de ser chamado ao amor. Deixemos que o espírito nos lembre tantos homens e mulheres que na Palavra de Deus se sentiram amados, curados por Seu amor. Façamos memória dos muitos encontros de Jesus com os doentes, com os pecadores. E a partir daí, deixemos que o Espírito, para nossa perseverança, nos lembre as muitas vezes que o servimos, que também colaboramos com Ele. Dessa memória, que brote nos nossos corações palavras de agradecimento e louvor pela graça do chamado de Deus.

• Ação

Depois de toda essa experiência com o Amor de Deus e com a consciência da missão a qual fomos chamados, nos coloquemos à disposição para dar mais um testemunho. Dediquemos nosso tempo a colaborar com a vida do outro. Rezemos pelas muitas pessoas que estão tomadas pela tristeza pela perca dos seus familiares e entes queridos nessa atual situação de pandemia. E se nós conhecemos alguém que perdeu alguém querido, ou mesmo está tomado pelo vírus da covid-19, além de rezarmos, conversemos com essa(s) pessoa(s). Vamos espalhar a mensagem de esperança e amor que nos toca e que nos realiza em Deus.

Ir. Fabrício Wagner, INJ

Membro do Instituto Religioso Nova Jerusalém. Graduado em Teologia pela FAJE e filosofia pela FCF. Mora em Vespasiano-MG, Brasil.