“As obras que eu faço dão testemunho de mim”
26 de março de 2020Jesus testemunha: muitos do povo crêem, os inimigos semeiam a divisão
28 de março de 2020Leitura Orante. Sexta-feira, 27/03/2020. (4ª Semana da Quaresma). Jo 7,1-2.10.25-30.
“Aquele que me enviou é verdadeiro, mas vós não o conheceis” (Jo 7,28)
Inicie com uma pequena oração, ou canto, invocando a luz do Espírito Santo. Faça um breve tempo de silêncio. Aquiete seu coração, sua respiração.
Hoje nossa Leitura Orante é oriunda do capítulo 7 do Evangelho de João.
- Leitura: O que o texto diz?
Leia o texto se possível duas vezes. Veja os locais, as situações, personagens, sua falas, posições em relação a Jesus.
No texto de hoje temos etapas. Uma na Galiléia, uma viagem não descrita, e uma presença de Jesus no Templo de Jerusalém, pregando.
Começa falando da localização de Jesus. Inicialmente está onde? Percorrendo a Galiléia. E logo explicita porque ele percorria a Galiléia e não a Judéia: Jesus temia os judeus, que “procuravam matá-lo”. Provavelmente Jesus sentia-se mais protegido na Galiléia.
A seguir o texto fala de tempo, de quando os fatos se sucedem: era perto da Festa das Tendas. Uma das grandes festas judaicas. Além disso, o texto diz que seus “irmãos” subiram para a festa. Jerusalém ficava num alto. E ir para lá era subir montanhas. Geralmente quem ia da Galiléia para Jerusalém caminhava ao longo do Jordão, e começava a subir montanhas a partir de Jericó. A palavra “irmãos” designa nos evangelhos os irmãos da família de Jesus (tios, primos, et.) como também os irmãos de fé, discípulos e seguidores de Jesus. Enfim, o grupo de Jesus já tinha se dirigido a Jerusalém. Por isso o texto afirma que Jesus foi para Jerusalém de forma não pública, em segredo. Isso porque o texto já afirmou que ele sabia que judeus tramavam sua morte. A partir daí Jesus está em Jerusalém, com as reações à sua presença, e seu ensinamento.
A primeira afirmação é de um anônimo, que o reconhece e diz que Jesus era aquele que procuravam matar. E até aquele momento não houve reação dos chefes judeus à sua presença em Jerusalém. E pergunta-se: por acaso teria sido reconhecido como o Cristo? E começa, então, um trecho onde há várias vezes o verbo conhecer. A primeira vez que surge é na boca do anônimo. Diz que Jesus não poderia ser o Cristo porque sabiam de onde ele era. E o Cristo viria de um local desconhecido.
Inicia-se o relato da pregação de Jesus no Templo. Nela também o verbo conhecer está presente. A pregação parece uma resposta ao anônimo. Ele afirma que os judeus o conheciam, sabiam de onde vinha. Mas diz que não veio por si mesmo. Veio por “aquele que é verdadeiro, mas vós não o conheceis”. Assim Jesus diz que eles, os judeus, e não só o anônimo, desconheciam quem o enviou. E que ele conhecia o verdadeiro, porque foi o verdadeiro que o enviou.
O texto termina repetindo o que afirma no início: que eles (os judeus) procuravam prendê-lo (para matá-lo, intenção original de judeus no texto). E, no entanto, não o prenderam porque não tinha chegado “sua hora”. No evangelho de João há muitas referências à hora de Jesus, sua hora, hora da glória. Ela se refere á hora da morte. Da glorificação de Jesus.
- Meditação: o que o texto me diz?
Depois de ler, entender o que o texto diz, é chegado o momento de tentar compreender o que o texto me diz? O que mais lhe chamou a atenção no texto? O que mais lhe impressionou? Por que escolheu esse(s) fato(s), trecho(s) como o(s) que mais lhe impressionou? A impressão que teve do texto foi como? Positiva, negativa em relação a algo, algum fato? Houve alguma frase que, a seu ver, se destacou no texto? Por quê?
- Oração: o que o texto me faz dizer (a Deus)?
Agora é chegado o momento de uma conversa com Deus, tendo o texto como motivo. Diga a ele de seus sentimentos, de coração aberto. Não importa se seus sentimentos em relação ao texto foram negativos, positivos. Expresse-se abertamente. Fale com Deus, sem preocupações outras que não mostrar a Ele o seu sentimento, seja de louvor, de decepção, perplexidade, de dúvida, agradecimento, de tristeza ou alegria a partir da leitura e da meditação do texto.
- Contemplação: o que o texto faz em mim?
Você já falou com Deus na oração. Agora chegou o tempo de silenciar, e esperar que Deus faça algo a partir do texto. É Ele quem falará no silêncio em seu coração. Não se apresse. Faça silêncio. Deixe que no silêncio o Espírito Santo lhe possa dizer algo na mente, no coração, na consciência. Não tenha ansiedade. Deus fala no silêncio, na brisa leve.
- Ação: o que o texto me leva a agir?
A Palavra de Deus não é algo abstrato. Ela é eficaz, nos muda, muda nosso entendimento, nosso sentir (coração). E ambos, juntos, nos levam a perceber o mundo, a vida, os fatos de forma diferente. Isso nos pede a agirmos de outra forma. Na vida, trabalho, na comunidade de fé, na família, escola, lazer, na sociedade etc. O texto lhe disse algo a esse respeito? Pede-lhe algo na sua ação concreta na vida? Se pede algo, o que?
Marco Antonio Tourinho, leigo NJ.