“Quem obedecer aos meus ensinamentos não morrerá nunca.”
17 de março de 2016José, quando acordou… (Mateus 1,16.18-21.24a)
19 de março de 2016Leitura: João 10,31-42
Então eles tornaram a pegar pedras para matar Jesus. E ele disse:
— Eu fiz diante de vocês muitas coisas boas que o Pai me mandou fazer. Por causa de qual delas vocês querem me matar?
Eles responderam:
— Não é por causa de nenhuma coisa boa que queremos matá-lo, mas porque, ao dizer isso, você está blasfemando contra Deus. Pois você, que é apenas um ser humano, está se fazendo de Deus.
Então Jesus afirmou:
— Na Lei de vocês está escrito que Deus disse: “Vocês são deuses.” Sabemos que as Escrituras Sagradas sempre dizem a verdade, e sabemos que, de fato, Deus chamou de deuses aqueles que receberam a sua mensagem. Quanto a mim, o Pai me escolheu e me enviou ao mundo. Então por que vocês dizem que blasfemo contra Deus quando afirmo que sou Filho dele? Se não faço o que o meu Pai manda, não creiam em mim. Mas, se eu faço, e vocês não creem em mim, então creiam pelo menos nas coisas que faço. E isso para que vocês fiquem sabendo de uma vez por todas que o Pai vive em mim e que eu vivo no Pai.
A essa altura tentaram novamente prendê-lo, mas Jesus escapou das mãos deles. Ele voltou de novo para o lado leste do rio Jordão, foi para o lugar onde João Batista tinha batizado antes e ficou lá. E muita gente ia vê-lo, dizendo:
— João não fez nenhum milagre, mas tudo o que ele disse sobre Jesus é verdade. E naquele lugar muita gente creu em Jesus.
Oração: Aquele que incomodava
Mais uma vez Jesus é ameaçado de morte. Queriam apedrejá-lo acusando-o de blasfêmia contra Deus, por dizer-se Filho de Deus. Para ele, as ameaças não tinham qualquer sentido, uma vez que tudo o que havia feito diante do povo era bom, como que demonstração da intimidade que possuía com Deus. Então, diante de tanto bem e bondade, desapegado daquilo que é próprio do mundo, como Jesus poderia ter ofendido Deus? Na sua palavra de hoje, Jesus vem mostrar a aqueles que o condenavam que havia outra razão para que quisessem matá-lo, porque tudo o que Jesus fazia era vontade de Deus, e mesmo a Lei daquele tempo estava a seu favor.
Jesus não incomodava por querer portar-se como Deus. De fato, em nenhum momento houve ameaça de que ele pudesse destronar o rei daquele tempo, ou provocar uma rebelião política no sentido de liderar uma guerra pelo poder. Ele também não reivindicava palácios, tesouros ou posses de terra. Jesus incomodava muitos porque se revelava Palavra de Deus, e tal palavra requeria uma mudança de perspectiva, uma nova vida, que ia de confronto a tudo o que faziam aqueles que se diziam representantes de Deus naquele tempo, já que moradores do templo, e ia também de confronto a boa parte do povo, que havia escolhido distanciar-se da vontade de Deus para dedicar-se aos bens e poderes terrenos. Não dava para negar que fazia sentido a ação e palavra de Jesus, uma vez que se revelava tão sábio e coerente, e é isso que provocava medo.
Por fim, reflitamos sobre uma importante característica da Palavra de Deus. Muita gente que visitava Jesus dizia: João não fez nenhum milagre, mas tudo o que ele disse sobre Jesus é verdade. E naquele lugar muita gente creu em Jesus. A palavra de João, quando falava sobre Jesus, ajudava a provocar conversão. Percebamos então que, mesmo nós, dizendo sobre Jesus, temos o poder de despertar a verdade e de promover revisão de vida e conversão. A Palavra de Deus não se esgota com a morte de cruz. Ela permanece com aqueles que abraçam a vida de Jesus. Jesus nos fala e conhecemos a verdade; falamos sobre Jesus e disseminamos essa verdade.
Marcelo H. Camargos – Acadêmico de medicina na UFMG. Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte/MG.